Ser criança!

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Era uma vez
um tempo de pardais
de verdes nos quintais
faz muito tempo atrás
quando ainda havia fadas
Num bonde havia
um anjo pra guiar
outro pra dar lugar
pra quem chegar sentar
de duvidar, de admirar
Havia frutos num pomar qualquer
de se tirar do pé...

 No Tempo Dos Quintais -Paulinho Tapajós e Sivuca
 
Mestre e querido amigo,
 
Obrigada sempre por sua honrosa interação  no comentário ao meu texto Sobre proteção à infância. Gostei tanto que que achei melhor repetir seu gesto e fazer um texto também com o mesmo título.
 
Texto lindo o seu, meu amigo! Tantos caminhos percorridos, tantas pequenas grandes  alegrias, tanto encantamento revelado, tantas dicas do que realmente importa na responsabilidade de deixar que cada criança tenha o direito de viver sua infância  com dignidade, protegida e amada pelos seus!
Tens razão em afirmar e  lembrar com tanto carinho  de uma fase tão especial na vida de muitos de nós.A infância tem o sabor das vivências únicas, da inocência tão bem descrita por você e tudo que nela se passou é, sabemos agora, definidor  do que somos em nossa vida adulta.
Em nenhum momento pensei que a emoção que transbordou em cada lembrança foi por saudosismo apenas, mas  por compreender que o menino béradêro que foi - e nunca deixou de ser- constituiu a essência do educador comprometido, do homem poeta e cronista engajado no seu tempo e do ser que afirma em suas vivências os valores que aprendeu nessa fase tão mágica da vida.
As crianças aprendem e reproduzem as experiências a que foram submetidas e nós, meu amigo, menino e menina da roça, educados na simplicidade de uma família numerosa, amorosa e atenta que lutava bravamente para sobreviver, tivemos sim uma infância saudável e feliz.Uma infância que nos permitiu ter sonhos e alargar nossos horizontes para além das cercas dos nossos quintais e pomares.
Viver nesse universo tão especial nos tornou o que somos e é por isso que temos a consciência do quanto é triste  infâncias sendo roubadas  pela negação dos direitos e  pela desenfreada ausência de limites de pais e mães que,  na busca pelo TER, sacrificam o  direito de que vivam uma infância como foi a nossa.
Depois de ler seu texto, uma  certeza:  enquanto estivermos nesse plano, a menina que brincava na chuva e dançava no milharal  e você, o menino béradêro que aproveitou bem seu tempo de ser criança, se comprometerão sempre com a luta pelo direito de cada criança viver sua infância, ser respeitada, ter uma boa educação, ser amada e ter uma família (biológica ou adotiva) que a proteja, cuide e eduque tendo como objetivo a felicidade que  merece.

Somos e seremos sempre comprometidos com a vida!

Um abraço!
 

 
 
 P.S.:Carta-resposta ao texto SER CRIANÇA...  do amigo Raimundo Antônio de Souza Lopes  http://www.recantodasletras.com.br/cartas/3272626