07 - Ao prezado amigo (a)
07 - Araçatuba, 23 de dezembro de 2006
Prezado "Amigo" (a),
Senti-me muito só nestes três últimos meses. Só - não no sentido de ficar só, mas no sentido de teclar pouco, de construir poucos textos, de trocar poucas idéias... Mas tenho um lar maravilhoso e isso é muito importante! Trabalhei muito - creio eu até mais que o necessário, mas não consegui ficar rico! Fiquei rico de saúde, de conhecimento, etc e tal. Mas valeu porque minha alma não é pequena.
Nestes últimos dias do ano estou a fazer uma retrospectiva do que foi 2006. Trabalhei muito: hoje assinei um papel no meu emprego que dizia que tive apenas 04 faltas abonadas no ano - incrível! Em 2005 foram tantas que passaram de 70!!! Quer dizer que fui assíduo... Trabalhei mesmo!
Além de trabalhar legal - estava presente em dois serviços, inclusive sábados e domingos, com exceção de alguns (pois também preciso de lazer). Preciso de descanso... Preciso de minha família também... E eles também de mim - troca justa, justíssima!
Domingo passado, por exemplo, dia 17 de dezembro, estive com os pequenos num lugar muito bonito: diversão muito legal para eles - um parquinho de diversões, pastéis, garapa (um engenho). E muito verde (vou lá outra vez e tirarei algumas fotos e colocarei aqui). Quer melhor que isso? Somente dois disso junto!
No trabalho realizei com muito orgulho um Jornal "Galera do Paraisão" - que ganhamos 'Voto de Aplauso' da Câmara Municipal de Araçatuba (proposto pela vereadora professora Marly Garcia) - o Jornal você pode conferir a partir da capa destas minhas páginas; ganhei um Concurso onde o aluno era convidado e escrever sobre um professor e vice-versa. Escrevi sobre uma aluna maravilhosa (que virou minha esposa, minha professora) - fui homenageado por isso com um belo almoço (acompanhado por ela, é claro!). Isso é demais, não é?
Os filhos estão crescendo. O Júlio César vai estudar na mesma escola que leciono: na 5ª Série. A Fernanda Caroline vai para a 1ª Série... Estou, creio eu, ficando um pouco mais velho, talvez mais chato, sei lá! Ah, a minha aluna, esposa, entrou para a Faculdade... Vai ser professora também! (e se depender da minha pequena, também esta vai ser).
Ficando mais chato! Isso é uma verdade! Os meus alunos comentam, mas também acrescentam que ensino! Sou um chato que quer o bem deles - pelo menos alguns dizem isso - e já me pego por satisfeito por dizerem assim - sinal que, pelo menos alguns, reconhecem!
Em 2007, provavelmente, devo seguir com a mesma turma deste ano - estarão estes na 8ª Série, período: manhã. E pretendo realizar com a turma: um teatro e um jornal falado - continuando com o Jornal "Galera do Paraisão". (Num sonho maior: apresentar em outras escolas.)
Sonhar, caro amigo, não faz mal algum, pelo contrário. (Se você tem alguma peça teatral indicado para essa idade do adolescer, mande-me que ficarei imensamente grato.) Estou pensando naquela peça teatral descrita no livro "A 8ª Série C", de Odette de Barros Mott - você conhece esse livro? Acho-o interessantíssimo!
Escrevi muito hoje - parece que você anda meio sem tempo para responder-me, mas sempre fico olhando as minhas correspondências (tanto pelos Correios, tanto por E-mails) na esperança de receber notícias suas. SAbes que a ESPERANÇA é a última que morre.
Vou fazendo ponto logo ali embaixo; na última carta que escrevi andava meio preocupado com os 'seios alheios' - assisti aquela reportagem e comentei-a para você. Hoje estou mais 'leve', ando sem muitas preocupações... mas falando em seios, li ainda hoje (mais ou menos assim):
"O filho pergunta ao pai:
- Pai, posso fazer uma pergunta um tanto diferente?
- Pode sim, filho.
- Quantos tipos de seios há?
- Há três tipos, filho. Da mulher aos vinte, aos trinta e depois dos cinqüenta anos.
- Como assim?
- Aos vinte são como melões: belos, firmes. Aos trinta são como pêras: menos firmes, mas bonitos ainda. E aos cinqüenta como cebolas.
- Por que como 'cebolas'?
- Porque você olha e chora!
Mas, a filha não achando justo o que o pai comenta, questiona a mãe:
- Mãe, posso fazer um perguntinha também?
- Claro, minha filha, estamos em família.
- Mãe, quantos tipos de pênis existem?
- Três, minha filha. Do homem aos vinte, aos trinta e depois dos cinqüenta.
- Como assim?
- Aos vinte são como uma árvore jacarandá: fortes, firmes. Aos trinta são como chorão: menos firmes, mas confiável - 'ainda'. E aos cinqüenta são como árvores de Natal.
- Por que como 'árvores de Natal'?
- Porque são secos da raiz à cabeça e são enfeitados com bolas..."
Brincadeiras à parte - para descontrair um pouco... Vou despedindo-me de você.
Feliz 2007... Cheio de realizações para nós!
Seu amigo Pece - que não anda tão preocupado assim com a vida alheia.
Abaixo da minha carta sempre anexo cópia de carta recebida, mas desta vez não recebi nenhuma (ref. nº 06). Escreva-me, se puder.