Falando de amor
Migo,
Quando recebi o seu retrato, tão lindo, com aquele sorriso sincero de sempre, eu tive vontade de falar de amor. Mas falar de amor exige uma habilidade que eu acho que não tenho.
O que poderia eu dizer a uma pessoa que há trinta e seis anos atrás chegou de mala e cuia e se alojou com um enorme sorriso, dentro do meu coração. Chegou com uma voz grossa para rir aquele riso engraçado de bebê. Ao mesmo tempo ela era fina, num sinal de muita implicância, na hora de chorar por muito tempo seguido, porque não admitia ficar de roupa, ou porque tinha dor de barriga, ou porque sei lá o que diga. O negócio era fazer barulho. Cresceu fazendo muito barulho, engrossou a voz para chorar e continua com a graça de Deus, feliz nos dias de hoje, seja qual for a sua situação.
Você se lembra do dia em que resolveu fugir de casa porque levou uma bronca? Pegou algumas coisas e amarrou numa trouxa, prendeu na ponta de um pau e foi até o portão, achou um amigo, conversou um pouco, esqueceu e voltou para casa pedindo qualquer coisa para comer.
Pois é! Foi sempre assim a sua vida. Se alguém lhe magoasse, você esquecia em seguida e voltava com um lindo sorriso no rosto. Sorriso esse que foi banguelo por alguns anos por causa de um tratamento prolongado e por causa de muitos tombos de boca no chão. Por falar em tombos, eu perdi a conta de quantos, mas sei que cada um tem uma longa e tenebrosa história.
Nas tarefas do colégio, tinha de ser monitorado senão virava brincadeira. Nas tarefas de casa saía-se sempre bem e não escolhia o serviço; eu sempre pude contar com os três para tudo.
Na hora de jogar futebol de botão, a Dinda era sua torcida e a Pretinha era a torcida do Tand. A minha mesa foi riscada como um campo durante anos.
Muitas brincadeiras no quintal, debaixo do abacateiro, muito bang-bang na rua, muita farra antes de dormir.
Eu sei que a sua vida não foi fácil, teve muitos altos e baixos, mas Graças a Deus, você tirou tudo de letra e nivelou tudo por cima. Sempre nos foi dado contar com você em todos os momentos da nossa vida e você foi e continua sendo o nosso arrimo também.
Muito amor no coração e graças a Deus, você se tornou um homem digno, um jovem senhor de respeito... Um Senhor Meu Filho!
Parabéns. Que Deus lhe abençoe hoje e sempre.
Sua mãe, que lhe ama muito.
Migo,
Quando recebi o seu retrato, tão lindo, com aquele sorriso sincero de sempre, eu tive vontade de falar de amor. Mas falar de amor exige uma habilidade que eu acho que não tenho.
O que poderia eu dizer a uma pessoa que há trinta e seis anos atrás chegou de mala e cuia e se alojou com um enorme sorriso, dentro do meu coração. Chegou com uma voz grossa para rir aquele riso engraçado de bebê. Ao mesmo tempo ela era fina, num sinal de muita implicância, na hora de chorar por muito tempo seguido, porque não admitia ficar de roupa, ou porque tinha dor de barriga, ou porque sei lá o que diga. O negócio era fazer barulho. Cresceu fazendo muito barulho, engrossou a voz para chorar e continua com a graça de Deus, feliz nos dias de hoje, seja qual for a sua situação.
Você se lembra do dia em que resolveu fugir de casa porque levou uma bronca? Pegou algumas coisas e amarrou numa trouxa, prendeu na ponta de um pau e foi até o portão, achou um amigo, conversou um pouco, esqueceu e voltou para casa pedindo qualquer coisa para comer.
Pois é! Foi sempre assim a sua vida. Se alguém lhe magoasse, você esquecia em seguida e voltava com um lindo sorriso no rosto. Sorriso esse que foi banguelo por alguns anos por causa de um tratamento prolongado e por causa de muitos tombos de boca no chão. Por falar em tombos, eu perdi a conta de quantos, mas sei que cada um tem uma longa e tenebrosa história.
Nas tarefas do colégio, tinha de ser monitorado senão virava brincadeira. Nas tarefas de casa saía-se sempre bem e não escolhia o serviço; eu sempre pude contar com os três para tudo.
Na hora de jogar futebol de botão, a Dinda era sua torcida e a Pretinha era a torcida do Tand. A minha mesa foi riscada como um campo durante anos.
Muitas brincadeiras no quintal, debaixo do abacateiro, muito bang-bang na rua, muita farra antes de dormir.
Eu sei que a sua vida não foi fácil, teve muitos altos e baixos, mas Graças a Deus, você tirou tudo de letra e nivelou tudo por cima. Sempre nos foi dado contar com você em todos os momentos da nossa vida e você foi e continua sendo o nosso arrimo também.
Muito amor no coração e graças a Deus, você se tornou um homem digno, um jovem senhor de respeito... Um Senhor Meu Filho!
Parabéns. Que Deus lhe abençoe hoje e sempre.
Sua mãe, que lhe ama muito.