madrugada-fria:

Era quase manhã raiada, eles ainda estavam ali, dividindo o cobertor e olhando para o por do sol… distancia conseguiu alcançá-los… Fotos foram jogadas fora… Abraços abandonados…

E mesmo depois de longos anos ela resolveu escrever pra ele:

“ Ei, não sei se é um bom jeito de começar a escrever isso, mas, estou tentando… Como você esta? Ainda continua observando a lua todas as noites? […] Sem ter o que escrever ela parou, fechou os olhos, suspirou e voltou a escrever […] Olha eu joguei as fotos de nós dois fora, guardei seus beijos em portas distantes dentro do meu coração, e eu deixei que os anos se passassem e esse amor fosse embora, mas não adiantou nada… Você se foi, eu sofri demais, até mesmo mais que o normal e mais uma vez não adiantou nada, então deixa eu te dizer… Eu fecho os olhos todas às noites, antes de dormir, e pesso pra que deus eu olhe por você a cada instante, que ele não deixe nada lhe falta… Sei que isso não vai trazer o que já foi… estou fingindo que o tempo não passou, mas nós dois sabemos que o que nós tivemos não foi uma brincadeira adolescente… Hoje eu estou com quase 30 anos, passei uma boa parte da metade dessa minha vida procurando por você em outros olhos, mas nenhum deles era capaz de olhar pra lua como você olhava, ninguém era capaz de deslizar a mão sobre meu rosto e sussurrar “ah, como eu te amo”. Hoje faz 15 anos que eu deixei você ser feliz, e então você conseguiu ser feliz? Porque eu não consegui e se por um acaso algum dia você conseguir, por favor, me escreva essa formula. Com Carinho, sua garota. Como você costumava dizer.”

Um mês depois essa carta chegou até a casa do destinatário, ele se sentou em sua poltrona, desligou o rádio e abriu a carta… Leu ela umas duas ou três vezes. Virou a carta de lado, pegou uma caneta e nas costas da carta começou a escrever:

“Olá minha querida… Quantas palavras bonitas você me escreveu… Bem, eu vou bem e você como anda? Antes parecia muito fácil não é? Agente sonhava em ficar junto… E você ficou tão diferente e eu cresci… Sabe hoje em dia cada coisa que eu consigo, gostaria tanto de dividir contigo… Ah, não tão fácil esquecer não é?! Lembro-me bem quando você foi embora, não pense que não tentei impedir, pois quando cheguei la, bem a única coisa que viu foi a ponta desse teu cabelo cor de ouro adentrando naquele navio… Hoje dói muito, assim como antes, infelizmente você não esta aqui… Mas eu aposto que você tem outra vida… uma bem melhor da qual eu poderia te oferecer, como você me disse… Ah, minha princesa, como queria ir te procurar e te dizer como todos esse 15 anos sem você foram difíceis. E agora, o que agente faz? Tanto tempo perdido, conversas guardadas e sonhos despedaçados… Pequena, como sinto falta de chamar de você assim. Bem, aqui onde estou esta anoitecendo, e onde você esta? nunca vou me esquecer do verão maravilhoso que fazia em 1981 quando eu te conheci… mas também é impossível esquecer como em novembro de 1996 estava chovendo quando eu deixei você escapar do meu amor… Mas já passou e aqui estamos nós, adultos, quem diria não é?! Ah meu bem se eu pudesse te levaria pra onde eu for… Bem, hoje eu te amo e não vou negar e nem te enganar, mas isso não adianta mais… Um abraço, Aquele que um dia mais te amou”

Um dia depois de escrever a carta, ele foi levá-la no correio para ser enviada, quando adentrou havia uma mulher loira e com os mesmos olhos de sua amada, ela estava chegando pra ver senão havia nada em seu nome… Mal sabia ele que aquela era quem o destino tomou de seus braços. Mas sabe por que ele não a reconheceu? Pois haviam 15 anos que eles haviam deixado um ao outro… O amor não morreu, mas a esperança de um ter o outro de volta sim, por isso eles mesmo vendo um ao outro ali, pensaram que era só alguém parecido.

ingridy lopez e (mf)
Enviado por ingridy lopez em 07/10/2011
Código do texto: T3263256
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