carta de um suicida
MEU CAOS
No fim nada sobra. Hoje descobri que no fim não consegui me realizar como ser, as vezes se torna fácil morrer, pois nada mais faz sentido, nunca acreditei que um dia iri acreditar que minha mãe estava certa quando eu tinha dezesseis anos...
Dizia que iria me arrepender, mas quando se é jovem se sonha muito e a vontade de voar é enorme, então realmente não me interessava em estudar, ter responsabilidade, pois parecia mais fácil viver o momento e ser feliz, talvez eu nunca descobri o que significa esta palavra “felicidade” e bem provável que nunca o saberei.
Sabe as vezes cansa de viver, principalmente quando sua vida está ligada à sobrevivência, você pode pensar agora que esta lendo um texto de um derrotista, e eu deste lado posso pensar que estou escrevendo um texto para um derrotista, mas na verdade estamos ligamos pelo fracasso, pois um dia irá descobrir que o fracasso sempre teve a sua porta e que nunca fez nada para mudar esta realidade, pois sua impotência grita mesmo não querendo, descobrirá de forma triste que é impossível reverter o quadro e que no fim somente sobra o silencio.
Passamos por momentos na vida onde não mais queremos existir, quando digo isso me lembro de diversos personagens que não conseguiram emergir do caos e ficaram nele, e particularmente às vezes consigo me olhar nesta dinâmica. Muitos são os silêncios que imperam dentro de mim, e quando falo isso não é me considerando vitima e sim culpado.
Como disse no começo, me sinto derrotado por mim mesmo, e perdedor em tudo e comigo mesmo, não me conquistei, não me descobri, não me achei, não fui. Talvez faltassem realmente os estudos, mas não vejo isso em suma, acredito que faltou eu me estimular e construir. O homem que não se constrói percebe no fim que na verdade ele derrubou-se se se aniquilou, e isso fez nas escolhas, nas propostas, nas respostas que dei a mim mesmo e a vida.
Hoje penso em morrer, pois seria mais agradável finalizar, falecer, falir todo o projeto do que ter que enfrentar o buraco existencial que me tornei, e me pergunto:
Para que entregar currículo?
Para que mendigar emprego?
Para que me afirmar à todo momento?
Para que?
Se no fim toda minha “sabedoria” mórbida me trouxe aqui no intimo do meu cemitério, na ausência da fala na escuridão do meu “eu”, só quero partir para não ter que dar razão para mim mãe. Que eu seria um fracassado. Só quero partir para que consiga algo que busquei desde pequeno que foi voar sonhar um sonho onde ninguém precisa acreditar.
Somente eu e meus mistério.