UM DOMINGO
Poderia ter sido um dia comum, um domingo comum.
Sol, natureza, a sombra das árvores, um bom lugar para ler um livro...e era isso o que eu fazia.
E virava as páginas do livro com vagar, adiando a leitura, como que sabendo que logo a interromperia, motivado pela tua presença, atraindo toda a minha atenção.
E, assim, dividido entre a historia que lia e a esperança que tinha, vi voce chegar, e fechei o livro.
Sempre foi bom te ver, estar na sua presença.
E alí, naquele instante, não foi diferente.
A força de tua presença foi me modificando, agindo sobre mim, mas eu senti voce diferente naquela manhã.
Nunca te vi assim!
Voce, minha menina, tem um jeito de ver a vida que empolga.
Voce tem a alegria de viver dentro de ti. Teu sorriso constante, às vezes tímido, naquele dia se fez pouco presente.
Eu senti isso desde a sua chegada, e entendi.
Sabia que voce queria falar, que algo a machucava, te fazia triste, e te ouvi.
Era diferente, para mim, te ver triste, decepcionada até.
Nunca te vi assim!
Voce quase chorou, e teria sido bom mesmo, que tivesse chorado.
Tomou conta de mim uma ternura imensa por ti, uma vontade incontrolável de te abraçar, e assim fiz.
Ouvir aquela grande mulher alí, na minha frente, falando sobre as coisas que a afligiam, como só é possível entre grandes amigos, me envaideceu.
Havia muita confiança no ar, muita cumplicidade.
Experimentei, durante todo o tempo em que ali ficamos (e foi aquem do que desejei), uma sensação nova.
Uma sensação movida pela necessidade de deixar de lado o homem que ama e deseja, para dar lugar àquele que, acima de tudo, compreende as angústias, as dúvidas e as fraquezas de uma mulher, momentaneamente, fragilizada.
E me senti feliz e gratificado, todo o tempo, por ter ficado evidenciado o imenso carinho, respeito, admiração e confiança que temos um no outro.
Foi difícil ir embora, muito difícil deixar voce alí, mas saí com a certeza do tanto que desejo cuidar de ti, minha menina.
EU TE AMO MAIS A CADA DIA, REGINA!!