Carta ao joalheiro

Nobre joalheiro

Quanto que se passou e parece ter sido ontem

Sei que não ouve despedida

Quando dei por mim já estava onde não sei

Andei sem olhar para traz

Defendi-me do sofrimento me aliando ao esquecimento

Nada trouxe da lá

Nem uma novidade que vale apena contar

Parei de compartilhar

Cumplicidade nem me lembro mais

Faltou afeto

Faltou carinho

Faltou vontade

Faltou você

Não que eu não já sabia que isso viria acontecer

Eu só queria ser único por um dia

Eu só queria caminhar um pouco só

Eu só queria saber o meu valor

Quanto egoísta fui

Mais descobri que só você velho e nobre joalheiro;

Pode avaliar essa velha bijuteria

Sem que a transforme no mais terrível nefasto objeto

Sem decepções

Só contemplação pôde perceber

E me senti a mais bela de todas as jóias quando fui contemplado;

Com lágrimas de diamantes que saiam de seus olhos, e o mais belo som

Que saiu alto e claro de sua boca;

Seja bem vindo meu grande e velho amigo.

Ferdinando Tropick
Enviado por Ferdinando Tropick em 15/09/2011
Reeditado em 22/09/2011
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