Como um raio
Ao redor, como o raio imperfeito e exato...
A gente faz mil planos e compra jornais. E a vida nos convida para a caminhada. Eu que andava cabisbaixo, contando pedras e passados, refletindo tudo que era nada... um acidente, um atentado. Olhando o céu sentado na calçada, mirabolando conspirações, coleciondo filtros e comparando calendários. A gente inventa estórias pra não ficar calado.
E ela estava lá, aqui, ali, longe, perto...
Não sou bom navegador, passaria pelo continente africano tantas vezes sem descobrí-lo. Mas ás vezes penso em destino. Não como uma coisa exata, com fórmulas matemáticas, sabemos que tudo pode dar certo e também muito errado. E já que é um raciocínio meu, posso usar a própria matemática e quantificar uma série de probabilidades, que em certas circunstâncias levaram-me a perceber algo mudando na paisagem dos dias... porcentagens... equações quimícas... radioatividade... espaço e tempo e dissonancias super relativas.
E eis que vi Ana.
Se ainda penso em acaso? Ah, não, nada é por acaso, só a intensidade do sentido que às vezes é abandonada. Muitas coisas se descobrem nos olhos. E o que vejo nos olhos de Ana levará muito tempo para ser desvendado...
... como um raio imperfeito e exato