CARTA ABERTA PELA VOLTA DO AMOR PURIFICADO
À falta de quaisquer outros direitos, que a vida traga de volta, ao menos à minha alma carente de seu tesouro, a magia incorruptível do amor purificado de suas dores, terrores, dúvidas; do amor que alterou as rotas todas dos países de dentro, os passos todos pelos países de fora; do amor que viveu a transpor abismos e céus; do amor que trouxe com ele a percepção plena do Infinito e das coisas que pertencem a Eternidade.
Que venha de volta, ao menos à minha alma, este amor com o poder de restaurar a saúde dos sonhos brutalmente feridos por todos os lados; a restaurar a coragem das esperanças que a própria face ocultaram; que me traga este amor de volta, pleno, ao coração, para desta vez levar-me, restaurada de mim mesma, à presença efetiva na vida de todos os seres que, assim como vós, fazem jus à minha mais plena e funda fidelidade, os seres todos que de algum modo abandonei por amor a vós.
Que a volta deste amor à minha alma e ao meu coração, na sua plena e absoluta integridade de origem, desde o centro da sua própria origem, traga de volta à minha própria vida a vontade e a necessidade de ainda vir a ter novos sonhos, sonhos outros pelos quais tenha a força, o dever e o direito efetivos de lutar, sonhos através dos quais volte a me sentir viva, realmente viva neste presente mundo.
Não me é de direito pedir a Deus pela volta em vós do vosso amor por mim, que sobre vossos próprios sentimentos só vós tendes o direito, a liberdade e o livre-arbítrio, mas, tenho o direito legítimo de pedir a Deus que vos ajude, para que me deis vosso pleno perdão por eu ter, um dia, entrado em vossa vida e por isso, ter alterado tantos rumos dela, da vossa vida. Perdoar-me deveras, é cumprir uma das tarefas, talvez a principal, para vos sentirdes realmente vivo, novamente vivo, no presente mundo, assim como outorgardes também vosso perdão àqueles que vos feriram e àqueles que nos feriram, a ambos, por causa da nossa presença na vida um do outro, perdão que constitui uma das mais graves tarefas minhas, também. Vivo, redivivo, vós em vós mesmos e meu amor em mim, para que eu possa dar-me também a plena clemência do auto perdão, para que eu e vós possamos novamente nos por a caminho e caminhar, cada um a restaurar os estradas e as veredas de sua própria vida.
Texto escrito e publicado em 16 de setembro de 2010, com acréscimos importantes no dia de hoje, 04 de dezembro de 2010; republicação, pela terceira vez, na manhã de 28 de agosto de 2011, com mais um acréscimo importante, essencial, sobre o Perdão.