ARTE E REALIDADE

Amada Suelly! Agradeço o teu retorno e as novidades. Em nenhum momento fiquei amuado com tuas ponderações, nem “ferido nas suscetibilidades”, como mencionas na tua mensagem. Acho até que nem as possuo quando se trata do jogo intelectual, porque sou um adepto das idéias de Hans Hegel, na Dialética. Percebo que só poderei chegar efetivamente a uma síntese, acaso ocorra uma antítese que me leve a outra conclusão, que não a anterior. E, dentro de mim, de pronto, vai nascendo nova ANTÍTESE.

Estou faceiro, contente, porque tu estás estudando mais do que comumente o meio intelectual interiorano pode oferecer. Tuas pesquisas na Grande Rede sobre autores consagrados e suas obras são exemplo disso. Aliás, pelo que conheço do meio local, tu és uma das mais dedicadas experimentadoras da Arte Poética, em Osório, nesse Rio Grande de Deus.

E é em homenagem a essa gana de aprendizagem que suspendo os meus trabalhos de ofício nas questões do Direito e para as editoras (e ambos têm prazos) para estudar e compartilhar. Em tua homenagem e pelo tanto que te aprecio. Imagino a tua solidão intelectual num meio em que não há muitos entendidos em matéria de Poesia.

Como eu sei que tu és uma pessoa boa, afável e plena de entendimento, é que ousei ir mais fundo nas explicações necessárias sobre os temas abordados em missiva anterior. O que mais me causou preocupação é que tu estás a ponderar e a esmiuçar fatos incidentais e posturas literárias que já foram objeto de abordagem em meus estudos publicados na net. Sendo assim, eu acabo correndo atrás do rabo que nem um cachorro louco. E se vai o pouco tempo que tenho para o diálogo internético...

Proponho-te o que indico aos meus alunos-escribas, em oficinações poéticas, as quais ocorrem desde 2003, no RS, SP e MS. Vai até a minha página, em http://www.recantodasletras.com.br/autores/moncks , e visceralmente consome os meus textos nas modalidades “ENSAIOS”, “TEORIA LITERÁRIA” e “TUTORIAIS”. Nesses trabalhos proponho algumas vertentes novas, como aquelas que examinam a função do "que"; do"como"; repetições; pleonasmos; os artigos definido e indefinido; "comparativo não é metáfora"; “diferenças entre prosa e poesia”; subjetivismos, possessão no texto, etc. Digere cada publicação e coloca o teu COMENTÁRIO ao pé de cada uma delas. Ficará, dessa forma, registrado o teu pensamento sobre tais ou quais abordagens.

Por ora, enquanto eu não houver diálogo no próprio texto publicado no Recanto, não pretendo emitir nenhum comentário sobre quaisquer dos teus textos, em prosa ou poesia.

Outra nota: já havia te dito que os meus arquivos de crítica estão no Recanto das Letras, tanto que para o meu novo livro “NO VENTRE DA PALAVRA” estou colhendo o material a ser publicado lá nos registros do site, para evitar o que estou fazendo neste instante: escrevendo via e-mail privado. E essa morosa operação gasta precioso tempo, pois que tenho de copiar e corrigir o texto para, depois, proceder a devida publicação na minha página no Recanto. Como sou profundamente detalhista e exigente, todo esse procedimento me agasta.

Desta sorte, proponho que todo o texto que quiseres que eu o leia e opine sobre o mesmo esteja publicado anteriormente no RL, em tua página de autor, assim é só me enviar o link ou a data de publicação no site, que eu irei buscá-lo e farei o estudo, direto em "COMENTÁRIOS", ao pé do teu texto publicado. Espero que entendas que estamos nos aprofundando na abordagem da temática referente à POESIA...

Tu és tão inquieta como uma menina de dezoito anos e te sei muito estudiosa. Tais qualificativos estimulam a te convidar a passear por caminhos que talvez não conheças bem. Bem, descobriremos juntos, em comunhão.

Não esqueças que eu não sou “mestre” em nada, apenas um veterano autodidata, no exercício da condenação ao pensar. E que tem muito prazer em dividir suas descobertas. Porque Poesia é celebração de encontros nos mesmos caminhos do sentir e do viver...

– Do livro NO VENTRE DA PALAVRA, 2011.

http://www.recantodasletras.com.br/cartas/3182716