COMPANHIA ESCRITA
Não quero ser pessimista com a vida...
Não quero ser idealista com minhas aspirações...
Não quero te dar falsos conselhos e te alimentar com falsas esperanças...
Não quero falar maravilhas de você somente para cobrir seus defeitos... (nesse ponto prefiro calar-me).
Não quero te derrubar desse pedestal de otimismo que você mesmo criou. Olha para baixo... Ver como é alta sua posição. Agora espia um pouco acima de você. Falta subir tanto... Faltam tantos obstáculos, tantos desafios, tanta estrada a ser percorrida para que seja dado o primeiro “ufa” de descanso.
Não quero te desanimar com minhas palavras.
Na verdade, queria te fazer rir. (de verdade ou de mentira – não importa!)
Se possível queria está junto contigo para rir também.
Se você chorar (por minha causa ou não) também quero estar perto. Não para solucionar seu problema, mas escutá-lo(a)... com ou sem razão. Sem condená-lo(a) por alguma besteira que tenha feito. Sem sentir pena por você ter sido vítima de algo (ou alguém). Quero apenas estar perto de você. Ouvir seus soluços... molhar-me com suas lágrimas... Tentarei não chorar também mas, se acontecer, fazer o quê...?
Não contarei problemas meus que sejam semelhantes aos seus. Não farei comparações com casos mais graves só para você se sentir um pouco por cima... Não. Não farei isso!
Se você estiver triste, o momento é seu. Seus motivos são únicos e exclusivos. Minha presença é minha bagagem ao seu lado. Sua presença é meu inibidor de tempo. Meu relógio vai parar ao seu lado. Nada é mais importante nesse momento que consolar você. Consolar sem demagogia, sem falso companheirismo.
Meus ouvidos são seus... Serei como uma imagem sacra de cabeceira, que irá escutá-lo(a) calada... quieta!
Sabe...
Minha avó vivia dizendo que água com sal e vinagre curava tudo... Cresci ouvindo isso.
Eu – criança – ficava imaginando como o poder da cura estava ali, ao alcance das mãos, e ninguém divulgava na rádio e na televisão.
Perdão vó... A senhora estava enganada. Sua receita é muito boa para algumas lesões mas... tudo...? Não... Definitivamente aprendi que não...!
Esse poder curativo é atribuído – única e exclusivamente – ao TEMPO. Esse sim... Sem o acompanhamento de qualquer analgésico tem o poder de curar tudo... Qualquer ferida... do corpo ou da alma.
O tempo é de graça. Não se desperdiça. É consumido sempre. Em doses preventivas ou curativas.
Acho que chega...
Não é minha intenção entediá-lo(a) com minhas palavras.
Você é tão importante para mim.
Espero que minha companhia (através dessas linhas) tenha feito sentir-se melhor.
Desculpa se fui um pouco duro. A vida também é.
Acredite mais em você que nas pessoas.
Ouça conselhos mas tire suas próprias conclusões.
Ouça a opinião alheia (principalmente dos mais velhos – vividos) mas siga o rumo que julgar correto.
Tenha saúde...
Fica em paz!
EDEJÚNIOR BEZERRA