UMA MENINA TRÂNSFUGA

UMA MENINA TRÂNSFUGA

Imaruí, SC, abril 2004.

Querida Andreza,

Lembrar-me sempre de ti é um exercício gostoso de saudades.

Ah, eu me lembro de um domingo quente de verão quando, passeávamos cheios de júbilo e de tanto tempo que se passou, ainda não esqueci daquela alegria de estar contigo.

É doce a minha nostalgia de ti e ainda me persegue a lembrança de então, de quando te dava na boquinha picolé meloso de limão. Era uma graça e tu infantilmente agradecias-me com beijos de biquinho – e aí, a tua boca se abria como uma doce romã - geladinha.

Ah, minha menina, as tuas curvinhas nos bracinhos roliços, continham estradinhas que para mim eram caminhos de lua, e neles havia vestígios da Via Láctea. Eras tu o meu universo de ternurinhas.

Hoje somente ouso te imaginar ainda como meninazinha, é que, o meu coração não se atualizou e estes meus olhos cansados e tristes vivem ensimesmados com aquela menininha.

Que loucura! O tempo passou silente e nem percebemos, e nesse espaço ocorrido ele deve ter esculpido em ti, a formosura de ninfeta, uma sílfide que ainda embalará as minhas imaginárias canções.

Se tu fores boazinha, no que eu acredito que tu és me mandarias uma fotografia tua para que eu expulse aquela meninazinha das minhas lembranças, e fique agora com a tua atual fisionomia que deve estar revestida com os meus sonhos: Um cacho louco de esperanças.

Também tenho uma menina, (não é loira) e que de tanto amá-la, a mãe dela partiu o nosso grande amor, ela se chama JOESA, é uma canção de vida que fiz para rimar contigo menina ANDREZA.

Tu sabes, eu sou um apaixonadinho por meninas loirinhas, porque elas trazem consigo o vestígio e o encanto da poesia.

Fizemos uma curva na rota de nossas vidas, eu tomei o meu caminho, (destino) e tu permaneceste no mesmo lugar, mas, eu sempre te transportei nas minhas lembranças, assim como e quando te levava ao colo como um anjinho.

Minha linda, eu vou confidenciar-te um segredo. (só para nós dois). Tu sabes que a tua mãe (mãezona) uma linda e esbelta mulher, já foi uma canção que embalou e povoou os meus sonhos, mas o destino nos separou.

Por isso, minha linda, eu te peço que ames a tua mãe com toda a força da tua alminha.

Para que eu venha saber que ela é muito amada, e assim pouco sofrerei, pois saberei que essa mulher é feliz, essa que um dia quase amei.

Um abraço e beijinhos mil

Do tio poeta

Eráclito Alírio.

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 14/12/2006
Código do texto: T317869