FLUTUAR VULNERÁVEL

A forma que você me tocou, fez-me esquecer a dor da solidão,

fez o sol brilhar em minha vida que já estava quase sem cor.

Percebi que ali estava o meu bem querer,

a pessoa que fez meu coração descompassar,

mas, que pena, você não sabe amar,

talvez por ser frio, ou quem sabe, porque nunca conheceu o amor.

Faz joguinho e não sabe jogar,

é uma pena, porque você me ganhou,

não cobro o que não me deve, até porque,

nem sei se tem amor pra me dar.

Por que despertou esse amor, se não tinha a intenção de ficar?

Tirou minhas defesas e me fez flutuar vulnerável até você,

tudo bem, sofri, sofro, mas vai passar,

recolho meus pedaços e me reconstruo, mesmo em mosaico,

porque o que você não sabia é que sou reflexo,

reflexo de mim, de você, reflexo de vida!

Sou ação e reação.

Você é fraco para se desprender desses laços corroídos pelas traças,

vive de meias verdades, nesse mundinho de faz de conta,

não tem coragem de se arriscar a ser feliz,

de se envolver de verdade, onde pele se mistura no suor,

onde há amor e emoção.

Então, antes que me prenda a esse seu mundinho, nesse joguinho de gata e rato,

prefiro optar por mim!

Sei que sozinha eu me basto, mas sei também

que pessoas fracas ao meu lado não quero.

Meu coração já me conhece e não vai se assustar por eu lhe expulsar

antes de sair, devolva a chave da minha vida,

preciso deixar a porta aberta para que um novo raio de sol possa entrar.

Regina Zamora e Kika Brandão

Revisado por Marcia Mattoso