Me escreva sem ler
Com os cabelos sobre a face e os olhos umidecidos com lágrimas verdadeiras , receba os sinceros raios do sol que iluminarão teu eu-lírico.
No balançar massivo do lápis pouco afinado , escreva sem pensar e não se preocupe com a s minhas reações.
Escreva!
Deseje não acabar e solte feras , anjos e demônios na grande composição que entrará para a literatura algum dia.
Neste dia que se faz triste ao amanhecer , não leia e ignore a posição que te escraviza:De estar refém de tão pouco tempo ao frio constante e surpreendente.
Seu amor com isso , transpassou a natureza árcade e andou livremente com o romance devastador que coloriu os seus sonhos mais surreais.
A primazia dos seus versos agitados , viraram coro calmo e foram cantados por Deus no monte mais alto de seu temor .
Escreva!
Sem querer um dia voltar atrás e não pene com a distância que castiga suas vontades e sonhos delicados por somente querer amar o impossível e resgatar o inalcançável.
Amasse o papel com o peso da base de sua mão que se deslumbra como aves em prol de seu vôo livre.
Por mim e por meus temores , não leia de imediato , para que a vergonha e a timidez não te travem e a façam querer parar.
Parar...depois que o lápis agonizar de dor e demonstrar um cansaço único e enfadado desta ação de escrever e fingir um estado de óbito natural.
Me escreva...sem ler o presente pois , no futuro o amor ali descrito , não virará passado e me levará até você , assim que eu começar a ler.