Teresina, 12 de agosto de 1991
Teresina, 12 de agosto de 1991
Prezado professor Arimathéa.
Recebi sua linda carta datada de ontem, em que, rapidamente, senti fluidos capazes de me tornarem lépida, contagiante e de tornar mais forte minha fé. O que faríamos, portanto, se não existissem pessoas sensíveis e aptas a tornarem a vida melhor? Até o majestoso Sol estaria cansado e fraco para brilhar; a Lua estaria mais silenciosa e misteriosa; as estrelas não estariam com tanta vivacidade; o vento não continuaria a cantar belas canções de amor; os passarinhos não entoariam cânticos com tanto encantamento; as cores não seriam tão vivas e bonitas; os peixes não seriam a expressão do Amor Infinito; a Natureza não suportaria tanto deslumbramento. Por conseguinte, Deus não testemunharia o seu Grande Amor. Eis que nos é dado o direito de encontrarmos bálsamos aliviantes e sempre presentes no combate à dor. E assim nos equilibramos entre risos e dores. Mas tudo nos foi dado! O sofrimento é contrário à Grande Lei.
Professor, creia-me, gosto muito do senhor. Sempre me dou bem com pessoas sábias. Na verdade sou totalmente adversa à bajulação. O senhor é uma pessoa realmente sabida, privilegiada.
Tenho absoluta consciência dos tesouros inestimáveis que possuo. Entre eles suas cartas e sua amizade.
Atenciosamente,
- Francisca Miriam -
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Do livro “Mensagens para A. Tito Filho”, Edição da autora, Teresina, 1997, página 38.
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