Prezado professor Arimathéa Tito Filho

- Maria Zilda de Carvalho Melo –

Infelizmente não tive o privilégio de conhecê-lo quando da sua passagem pela vida terrena. Ainda muito jovem deixei Teresina, minha terra natal, em busca de melhores condições de vida, na vizinha cidade de Fortaleza, acompanhada do esposo, companheiro de muitas lutas, de minha filha primogênita e de minha saudosa mãe que sempre esteve conosco até o fim dos seus dias.

É interessante como a vida nos oferece surpresas maravilhosas!... Havera de nossa amiga Francisca Miriam entrar para os caminhos da arte – dom que lhe acompanha desde os idos de sua adolescência – reencontrá-lo nos meios literários, dando prosseguimento, assim, a uma bela amizade trazida de reencarnação passada, muito embora esta amizade tenha durado pouco tempo no plano terreno – desígnios de Deus.

Tomo aqui a liberdade de abordar o tema “reencarnação” porque sei do seu grande esclarecimento espiritual. Para os espíritos não existem diferenças de religião, raça e posição social, pois somos todos irmãos, filhos do Pai Celestial que está nos Céus.

Pois bem, professor Arimathéa, quis a Providência Divina colocá-lo no meu caminho, através dos livros publicados pela excelente escritora acima citada, em cujos livros sempre se refere ao senhor com muito carinho, lamentando a perda irreparável de tão salutar amizade. No entanto, quando a amizade vem do espírito, ela não se desfaz com a “morte”, continua pela eternidade. Sabemos que a sua presença junto aos seus entes queridos é realidade comprovada.

Certa vez, em carta que escrevi à nossa amiga Miriam, falei que considero-o, hoje, meu amigo espiritual. É verdade, professor, pois através dos referidos livros, principalmente de “Correspondências de Arimathéa Tito Filho para Francisca Miriam”, de autoria da mesma, passei a nutrir uma grande simpatia por sua alma tão bela, humilde e generosa, sempre preocupada com o bem-estar de seu semelhante e que, com certeza, continua semeando o bem do outro lado da vida, prosseguindo com suas obras literárias, pois como diz o adágio: “Tal vida, tal morte”.

Gosto muito de reler o livro acima citado, pois suas palavras dirigidas a Miriam me tocam profundamente. São palavras cheias de otimismo, de força e de incentivos para que se tenha uma vida plena de felicidade. Enfim, sinto-me beneficiada com suas sábias palavras, professor. O senhor não somente cativou aqueles com quem conviveu em sua jornada terrena, mas cativou também o coração desta modesta criatura que lhe dirige esses pensamentos.

Perdoe-me pelos meus erros analíticos, que são tantos! Mas, como o erro, às vezes, é começo de verdade... Afinal não sou uma escritora. Sou apenas uma simples dona-de-casa que cultivo o hábito de registrar, no papel, o que me vai na alma.

Interceda a Jesus e Maria Santíssima por todos nós e que nossos objetivos sejam realizados.

Que Cristo esteja conosco agora e sempre.

A amiga menor, Zilda,

Em 23/02/94

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Do livro “Mensagens para A. Tito Filho”, Edição da autora, Teresina, 1997, páginas 35 e 36.

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