O Tempo vai, a cicatriz fica.

Todo carnaval tem seu fim. Será mesmo? Quem se esquece de um carnaval? É disso que estou falando. Das lembranças, das suas faltas, da sua falta, das minhas faltas, do meu e do teu sofrimento, dos nossos momentos bons.

Aquele olhar de desprezo e o seu nojo. Aquele seu cheiro e o meu beijo. Quem disse que tudo isso tem um fim? Quem disse que o meu carnaval foi você? Eu digo, você foi meu carnaval, minhas 96 horas felizes e meus 40 dias de pura lástima!

Mas e você? O que tem passado? Onde andarás seu pensamento antes de dormir? O que lhe causa insônia? Serás que anseia por me perturbar a noite tanto quanto eu penso em perturbá-la? Será que você rasga e costura o nosso passado, tantas vezes assim, como eu?

As verdades foram ditas antes e depois das mentiras, o que tivemos foi real e ao mesmo tempo completamente surreal. Aos sensíveis até a lua se fez mais feliz por nós, aos olhos de alguém "normal" e distante, foi só mais um relacionamento que acabou.

Da mesma forma que posso vê-la como uma vadia que despedaçou a esperança de ser alguém melhor, bom para alguém, você também pode ser a única que me mostrou as duas faces da moeda. A paixão insana, obsessiva e desequilibrada e o gosto amargo da rejeição. E oh, como a admiro por isso. Nenhuma chegaria a seus pés, não acha? Nem mesmo aquele primeiro amor que temos em nossa puberdade.

Posso cantar meus sambas e chorar de alegria, posso escutar minhas músicas melodramáticas e rir de nostalgia. Não importa, você vai estar aqui dentro.

Tudo tem o seu fim. O que fica são apenas cicatrizes.