Horizonte 409

Você não sabe o quanto as estrelas e a lua sabem!

De seus beijos, dos abraços de seu jeito e da feliz cidade que um dia morei e vivi.

Onde as ruas ficaram extensas e largas de saudade.

Num tinir de lembranças repetidas; seu nome, seu rosto, sua alegria e tudo que te lembra. Tudo se repete no forte pulsar emocionado coração, porque isso traz você, não como queria! Alternam-se então as batidas em sentimentos e sentidos de busca e... Às vezes até de desistência, e bate, bate, bate no peito que te guardava carinhosamente, querendo o motivo de suas partidas.

Pra onde fostes! Quem te levou? Por que outra vez? Quanta maldade! De quem é esse capricho de nos afastar diversas vezes? Ou seria a última etapa dessa longa espera! Era de certas incertezas, e de certezas incertas. Do doce amargo de instantes saborosos e outros hesitados de água na boca, de sua boca nos meus lábios.

De mãos juntas em elo de carícias, de mãos separadas em acenos, de você sumindo numa noite, escurecendo minha vida.

Assim te procuro nela, penso alto em você, a lua me faz um pedido zeloso de silêncio.

Diz-me também que quem dorme jamais sonhará o que vivo.

Então respiro forte, busco forças, a brisa acalenta suavemente meu rosto.

Uma Estrela brilha de forma mais intensa, num cintilante lacrimejo ao ver sua ausência do lado de fora de meu peito.

Na confidência a Lua nua se veste de uma cortina fina de véu de nuvens negras, e graciosa me ouve... Ela solidária resolve então presentear-me, mostrando seu rosto todas as vezes que a olho, conta-me também sua triste história de um amor. Que está à busca sempre nos mesmos horizontes em horários opostos. Um pedindo ao outro companhia, que seguem se acompanhando sem se encontrarem. Ela na nudez prata, a Lua, e Ele no caloroso dourado, o Sol. Num desencontro infinito, mas sem perder o brilho jamais.

Luiz Brandão
Enviado por Luiz Brandão em 27/07/2011
Reeditado em 27/07/2011
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