QUERER, AMAR E DESEJAR.

 

Imaruí, SC, 06/04/06

 

 

Minha querida Loira!

 

 

Eu, agora não sei mais se te quero.

Porque para te querer sou tentado a te amar e, se quiser te amar, estarei propenso a te desejar.

Estes verbos: Querer, amar e desejar, eles são conseqüentes e, para conjugá-los como se deve, deve-se viver preferencialmente uma grande paixão.

Como eu não estou vivendo uma paixão, mas sim um envolvimento amoroso ávido, terno e suave, isto posto e com esse clima que alimentamos dentro nós, hoje eu estou propenso a conjugar estes verbos de uma só vez.

Porém, surge uma dúvida.

É que, para eu poder conjugar estes três verbos de forma real e instantânea, eu necessito do teu corpo.

Porque amar eu já estou te amando desde novembro, resta-me agora, tatear o corpo desse amor.

Ah, eu vou ultrapassar todas as barreiras e todas as dúvidas.

E vou te amar agora, te querer agora e te desejar nesse instante.

Não vou deixar rastros no meu caminho, porque todos os caminhos me levam a ti.

Eu sei que encontrarei muitas encruzilhadas, mas não me desviarei um centímetro sequer do meu objetivo.

Meu objetivo és tu!

Tu és a minha única querência, porque agora eu estou te querendo, estou te amando e te desejando minha loucura loira.

Quem não se apaixonaria por uma mulher linda assim, como tu?

Somente um misógino ou um louco, esses pobres mortais não sabem que o amor a tudo transcende.

Por isso, não duvides do meu amor nunca, a ti me entreguei de alma, coração, corpo, mente e espírito.

Eu sou o teu território sagrado, e tu és o meu relicário de amor.

Oh hierofânica mulher!

E, com essas adjetivações hierofânicas, eu vou te transformar na minha real basílica de amor.

E no silêncio natural de todas as basílicas, furtaremos um beijo sagrado para confessar os nossos amores.

No início, tu eras uma igrejinha, um campanário rústico, mas com a minha obstinação e perseverança, acabei por te transformar numa linda catedral de ouro.

Eu te quero, te desejo e te amo, minha basílica de carne, desejos e sorrisos!

Na verdade, eu ia escrever um poema diferente, mas confesso que o amor me desgoverna na vontade e no estilo.

Sabes o porquê?

Por que tu me invades!

Oh como tu me invades!

 E assim, tu me governas e me preenches totalmente.

Help! Help!  Estou grávido de ti.

Já estamos no quarto mês de gestação, vamos torcer pelo menino chamado “amor” para que ele viceje com a primavera que há de vir em setembro?

Eu te amo minha linda catedral!

 

Eráclito.

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 07/12/2006
Código do texto: T311765