XV Feira do Livro de Gramado - 2011 - Contato de Visitante

Prezada Professora Liti Belinha Rheinheimer Rutzen,

Estive em Gramado-RS na semana passada, a Sra. por certo se lembrará, pois no dia 13/07/2011, casualmente visitando a XV Edição da Feira do Livro de Gramado que então acontecia, mal poderia imaginar que, ao também eu e minha esposa nos protegermos a chuva intensa desse dia, nos teria sido propiciada a honra de tê-la conhecido pessoalmente, e agora, lido seus livros, passar a respeitá-la como escritora e reverenciá-la como pessoa que sabiamente leva seus leitores ao imaginário de uma época muito especial do nosso país.

Quis escrever à Sra. após ler a trilogia de “O campanário do tempo”, que me levou a devaneios por períodos que eu gostaria de ter vivenciado. Por vezes me pego acreditando que estou no tempo errado e a leitura ainda mais me aguça essa sensação emocionante.

Eu tive a oportunidade na vida de ter tido muito contato com alemães pois trabalho há mais de 30 anos na Siemens, período em que pude também estudar a língua, ter vivido lá na Alemanha por um bom tempo. Isso proporcionou-me ainda mais a possibilidade de entender as mensagens dos seus livros, as dificuldades dos imigrantes alemães que ajudaram a soerguer o Brasil em épocas tão difíceis.

Sou interiorano do Estado de São Paulo, Piraju é minha cidade, e que também começou a existir nessa mesma ocasião retratada. Também meus Tetravós receberam terras na margem esquerda do Rio Paranapanema, e lá foram se instalar, com condições semelhantes descritas por você de forma tão singular. Hoje essas terras abrigam cerca de dez cidades.

Meu pai também foi guindado a um seminário quando jovem, mas que após formado não quis mais a carreira sacerdotal e casou-se com minha mãe, e faço parte da prole de dez irmãos ao todo, hoje oito vivos, e bem posso aquilatar as dificuldades de sobrevivência em época de tão parcos recursos. Meu pai faleceu aos 15 de julho de 1969, quando eu tinha apenas 15 anos. Sei quanta falta ele nos fez. Deixou um livro escrito, porém ainda não publicado, cujos manuscritos, em papel de sacos de cimento da construção da Usina Hidrelétrica de Xavantes (SP), guardo-os como relíquia de valor inestimável. Também ele lá retratava a saga dos colonizadores, suas semelhantes lidas e dificuldades no desbravamento dos sertões de nossa terra.

Digo-lhe tudo isso, para que saiba que muito bem sei aquilatar a riqueza dos seus escritos e o enlevo que proporciona no transcorrer da história a que se propôs relatar, que está muito próxima da realidade de sua família e dos demais que cercam sua vivência nessas paragens lindas do nosso Rio Grande do Sul. Da mesma forma, são semelhantes descrições que poderíamos ter nos demais rincões deste maravilhoso país.

Também no seu trabalho, deixa transparecer um forte apelo ecológico e uma preocupação social incomensurável, mostrando como a nossa miscigenação proporcionou o que hoje somos, com grande respeito às diversidades, em que pesem ainda existir alguma forma de intolerâncias.

Eu também costumo rabiscar um pouco e tenho uma série de textos publicados no Recanto das Letras, e invariavelmente, me pego também a transpor o tempo e nos escritos fazer badalar sinos em campanários longínquos. Por acaso meu irmão Paulo de Tarso também escreve no Recanto e com precisão também elaborou textos dessa época (1834).

Caso tenha tempo visite-nos, cujos textos sugeridos seguem nos “Links” abaixo:

Marco Antonio:- http://www.recantodasletras.com.br/contoscotidianos/168840

http://www.recantodasletras.com.br/mensagensdeaniversario/1744781

De meu irmão Paulo de Tarso:- http://www.recantodasletras.com.br/cartas/166864

http://www.recantodasletras.com.br/cartas/167005

Se tiver curiosidade e paciência, terás nos mesmos “links” mais coisas que por certa a interessará. Juntos temos cerca de 250 textos postados.

Dessa forma, eu quis expressar meu mais profundo apreço pelo seu trabalho, agradecer sua atenção para conosco naquela oportunidade e manifestar minha gratidão por nos ter levado a devaneios, os quais em poucas oportunidades pude sentir na vida, de forma que, avaliei que seria importante também para mim manifestar-lhe o quão significativo foi para mim seu trabalho.

Sincera e atenciosamente

Marco Antonio Pereira

Vielen Danke für diese Gelegenheit! Das war sehr wichtiges für mich!

Gruss Gott

MARCO ANTONIO PEREIRA
Enviado por MARCO ANTONIO PEREIRA em 23/07/2011
Reeditado em 23/07/2011
Código do texto: T3114533
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