Carta ridícula de amor

Escreva-me quando doer o silêncio e estiver só

espero suas palavras pra me dizer o quanto é frágil

e passageira a beleza.

Sua indiferença já não fere o que sinto,

e a mim basta saber que seu contentamento é finito,

e que fica o que sempre esteve entre nós.

Escreva depois que todos forem embora

pra dizer o quanto me esperou,

e que a cada florada que perfuma a terra,

flores de laranja lima, flores de manacá,

vai me encontrar.

Se o balanço da rede fizer ruído

pense no carro de boi

e terá Minas,

e a mim.

Para e fique.

Escreva pra dizer: não tem fim!

Você me completa

Verso feio não cabe na tua pena

Não tem fim o que está pronto

palavra usada por quem tem santo na carteira

Quem escreve lápides escreverá a minha?

Quem bebe violeta beberá por mim?

Escreva-me e

não diga que me ama, por que acredito

Na festa esperei todos irem sem que me vissem

No silêncio em que espero sua carta

cinco letras escapam da minha boca

te amo!

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 23/07/2011
Reeditado em 23/07/2011
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