Minha vontade é a tua
Minha vontade é a tua
Por que você do meu amor se fez ausente?
Por que deixar-se maltratar em braços alheios?
Por que não me querer gozar vivo e presente?
Estou sabendo que te achas perturbada e que sofres
em um laço de ingerência dissimulada.
Quando a isto, nada de espanto.
Eu não ignorava, com efeito, que te desejavam.
Eu não ignorava aquele que não tinha em vista senão o seu próprio desejo.
Eu não ignorava aquele a pretender através de você acender a centelha dos sentimentos mesquinhos.
Para dizer a verdade, não temo que experimente, no meio das suas aflições,
Qualquer coisa de alheio àquele amor que nos ligava, em igualdade e valia.
Creio, ao contrário, que é agora sobretudo que vai se manifestar aquele amor entre nós que num só amante nos fazia. O amante e a amada.
Um amor que quanto mais uno tanto maior se fazia.
Você, imagem da minha essência, cuja visão me extasia.
Se você quiser, irei em pessoa cessar o seu pranto
(suposto que o mar tenha necessidade de água).
E, assim, unidos em um, todo amor lhe daria.
Vivendo sempre um no outro.
Irei buscar minha amada e em meus ombros tomarei sua fadiga.
Retirando-a do lodo, para que tenha vida.
Eu, por você morreria!