Não é não!

Abomino esse seu sentimento doentio. Esse objeto em que fui transformada. Não quero ser válvula de escape, nem o tempero que eleva seu ego! Você não me enxerga. Apenas me fantasia como qualquer coisa capaz de aliviar sua alma. Você quer a aventura de me ter, usar meu modo de não-censura para se revelar, desabafar seu lado B. Ser comigo a personalidade que o resto do mundo reprime.

Mas é covarde! Incapaz de largar o que te sufoca dia a dia. Um fraco, que aceita existir pela metade de cabeça baixa. Escravo do próprio orgulho e da frustração. Mendigando em si mesmo, porque se nega a aceitar o fim e mudar de rumo.

Você é um poço de promessas, teorias, belos discursos. Monta como um paranóico cenários ideais de vida. Eu e você... sintonia. Mas apodrece tudo! Tudo! Nem é mais rancor o que sinto. É pena! E escrevo com a clareza de quem já revisou cada segundo!

Um ator... existe na mentira. Não joga com as cartas que realmente tem... Blefa! Estive em suas mãos e você perdeu com o talento de um mestre. Melhor assim... Naquele abismo até onde nos conduzimos, você, agora, está sozinho!

No desespero, delira e delira... insiste, teima, toca a todo tempo a mesma fita. E se recusa a reconhecer que decodifiquei sua lábia, fugi do seu raio de influência. Morreu nossa cumplicidade!

Entenda... meu 'não' é tão somente... NÃO! Sem entrelinhas nas palavras ou qualquer traço de expectativa. Desdenho na completa ausência de esperança, de vontade do seu toque, de você.