Faz um ano que nos conhecemos

Esse mês fará um ano que nos conhecemos, entretanto, tenho a impressão que sempre te conheci. Não é de se estranhar que eu não me sinta feliz e você deve saber por que. Ao menos deveria.

Por que se foi assim sem avisar? Poderia pelo menos explicar. Será que fiz algo tão ruim ou tão cruel que me fizesse merecer tal destino? Pelo pior crime, acho que já paguei minha dívida por não tê-la, nem como amiga. Nunca em nenhum momento de minha vida, estive disposto a abandonar uma paixão por uma amizade, mas com você ou por você eu estava disposto. Seria seu amigo, não sem problemas, com muita dor, mas não como a dor que sinto agora.

Me sinto um tolo. Sempre me senti tolo ao me apaixonar. Agora foi bem pior. A distância torna tudo muito mais doloroso. Essa história de que o que os olhos não vêem o coração não sente é balela e eu que o diga. Deve fazer uns dois ou três meses que não olho uma só fotografia sua, mas, pelo menos uma vez por semana, sonho contigo. Sonho enquanto durmo, semanalmente. Sonho acordado, todos os dias. Em algum momento do dia me flagro pensando em como poderia ter sido diferente se eu tivesse me acovardado. Se eu tivesse me calado. Talvez ainda tivesse sua amizade.

Mas, o que te abalou tanto? Se eu pudesse saber que não fui eu ou que não foi nada que fiz. As vezes desejo acreditar que os motivos para ter sumido tenham sido outros. Mas, seria muita coincidência. Ou, se talvez eu pudesse me explicar melhor. Sempre acreditei na comunicação. Nada que uma boa conversa não resolva. Mas, não tenho com quem conversar. Você conseguiu cortar todos os vínculos até mesmo o mais sagrado que nunca pensei que perderíamos.

Não faça mais isso! Por favor! Poucas vezes eu precisei implorar em minha vida, mas se for necessário, farei agora. Me dê uma chance, não de te conquistar, mas de simplesmente não te perder de vez. Se estiver fazendo isso pelo meu bem, saiba que não está dando certo. Se pensar assim: "Ah, vou me afastar, pois, minha presença pode lhe dar esperança...", desista. Prefiro a realidade de uma amizade à ilusão de um amor.

Volte, nem que seja só pra me dar um oi ou para rirmos um pouco. Minha irmã vai se casar e já estamos bem distantes. Tenho trabalhado muito. Quase não tenho me divertido mais. Não como antes.

Para te provar que não vou ser compulsivo, nem vou te enviar essa carta. Ela ficará aqui, no recanto. Saberá quando procurar. Só se procurar.

Prima
Enviado por Prima em 17/07/2011
Código do texto: T3101529
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