Carta Confidencial

Há momentos que tudo parece ser passado.

Um longínquo distante, onde mergulhamos sem regresso.

Sentimentos intensos, cheios de emoções, de sonhos, ansiedade à flor da pele.

Desiludida? Nunca.

As noites frias, que convidam a ficar no quente da cama, e o portátil no colo, com horas trocando mails e conversas online, com todos os desconhecidos com quem se trocam palavras de confidências sem saber com quem.

Preciso dar espaço a outros hábitos que sempre tive na minha vida.

A sorte que o tempo frio está acabando...

O Verão é demasiado escaldante por aqui. Pelo calor que se faz sentir, pelos meus sentimentos.

Emoções que invadem pensamentos e me fazem hesitar e negar caminhos que acabo por seguir.

Pessoas entraram e saem da minha vida. Paixões. Desejos. Amizades. Alguns permanecem. Outros também, mas em pensamento.

Recordações doce de uma paixão que poderia ter evoluído para algo mais, mas que não estava disposta a isso.

Conheci homens que mexeram comigo. E mexem ainda. Uns mais que outros.

Entram e saem. Voltam a entrar, fazendo-me estremecer com simples palavras, toques. Simples? Não é simples aquelas que me fazem vibrar.

Esse é o meu passado. Do mais distante e do mais recente. Do meu presente.

Por um lado houve a vontade de matar a curiosidade de conviver, por outro lado o receio do que ele me pudesse fazer sentir.

A pergunta que mais faço é: Será que tudo não é uma ilusão criada por mim, pelo meu passado?

Não sei. Adiei o momento, dia após dia, semanas. Meses. Anos.

É pensamentos meus.

É tudo como eu tinha pensado que seria: desejos intensos, fogo, ânsia, luxúria.

Não pensava duas vezes a correr para um quarto de motel.

Aquelas tardes transformaram-se em muitas tardes.

É uma relação que se alimenta de momentos físicos. Sexo, desejo. Paixão, loucura. Muitas horas de tesão.

Vazio? Preenchas-me!

Tenho a memória como guia, o desabafo como companhia, e a velocidade que o pensamento me permite.