Para algum lugar.

Envio esta carta àquelas que de alguma forma fizeram a existência melhor, para algum lugar que não sei ao certo ,mas que chegará um dia, por um "correio" imaginário.

Minha avó Maria, com saudades de seus doces de aparência exótica mas sabor inconfundível, que só de recordar faz salivar ainda hoje.

Saudades sempre do jeito curioso de quem desprezava a idade cronológica conservando vaidade, nos cabelos arrumados e roupas que pouco combinavam para a época devido à extravagância que chegava a se destacar onde andava.

Por sua vez, Lucrécia ,avó materna não menos saudosa, mas jeito bem discreto (sistemática) que com sabedoria nos brindou até os seus bem vividos 104 anos. Conciliadora, carinhosa, agradava com as "quitandas da cristaleira", nos fazia radiantes nos passeios à fazenda. Tanto carinho dedicava,que era chamada por todos de " a mãe da fazenda".

Hoje, mundo diferente daquele que conheceram, com as facilidades do progresso, mas,por outro lado,tão corrido que perdemos a simplicidade, daquele tempo, o qual podíamos conviver e aprender com as lições deixadas pelas avós Maria e Lucrécia...