O ABRAÇO DA HISTÓRIA
Recebo, com alegria, esta peça, plena de humanismo, de confraternidade literária, e a compartilho com os meus leitores:
“JOAQUIM MONCKS & AMIGOS
Mário Carabajal*
Participo desta obra com o objetivo de marcar presença neste marco histórico da literatura brasileira, juntamente com Joaquim Moncks e seus amigos escritores.
Privilegiei-me conhecer pessoalmente Joaquim Moncks em 12 de agosto de 2010, por ocasião da instalação da Seccional Estadual/RS da Academia de Letras do Brasil.
Impressionou-me a cultura, simplicidade e grandeza de Moncks. Um homem que optou, a exemplo de outros grandes nomes da história humana, como Siddhãrtha Gautama (560 a.C), Helena Blavatsk (Sec. XIX), Robles Máximo (Sec. XX) e Lucas de Sousa (Sec. XX), pela busca interior de valores verdadeiramente humanos, transformando-os em cultura, literatura e ciência. Nos dias atuais para muitos quase desapercebido. Contudo, nome que aos olhos da história cultural rio-grandense e brasileira, irrefutavelmente, se fará marco.
As respostas humanas encontradas à resolução de problemas, se utilizadas em benefício exclusivamente pessoal, ainda que úteis e práticas, são improfícuas, desprovidas de importância evolucional social e civilizatória. Contudo, a exemplo de Moncks, quando registradas, propiciando a outros seres compartilharem as soluções, gera-se cultura e ciência.
Exatamente esta preocupação constante e consciente de Joaquim Moncks, de franca partilha sobre o que sabe e descobre, sem quaisquer vaidades, o torna exemplo, fazendo com que a presente obra conte como axioma, seu próprio nome, registrando-o às civilizações futuras como sinônimo de dedicação e amor à cultura.
Joaquim Moncks soma as mentes mais lindas e brilhantes com quem tive o privilégio de conhecer e conviver. O conheci primeiramente através de sua obra. Em seguida, institucionalmente, como presidente da Casa do Poeta Brasileiro. Movimento que marca a própria trajetória da ALB, encontrando-se significativos percentuais dos Membros, de norte a sul do Brasil, como seguidores e ex-alunos de oficinas de poesia ministradas por este verdadeiro Imortal Joaquim Moncks.
Para quem conhece Joaquim Moncks pessoalmente; – um homem, escritor e poeta, de índole, cultura e cientificidade acima da média; – para àqueles que somente o lêem, um gênio da escrita contemporânea, sensível e competente; – àqueles que ouvem falar em Moncks, o interiorizam como quase mito; – àqueles que o ouvem, se abertos e justos, curvam-se para reconhecê-lo como um entre os mais eloquentes e cultos homens de nosso país.
Joaquim Moncks recebeu em 12 de agosto de 2010, meritoriamente, o maior título oferecido pela Academia de Letras do Brasil, Doutor Honoris Causa em Filosofia Univérsica – Ph.I. Filósofo Imortal, emitido em reconhecimento de escritores com expressões literárias de repercussões internacionais.
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* Professor, Jornalista e Psicanalista. Especialista em Pesquisa Científica e Psicossomatologia. Mestre em Relações Internacionais. Doutor em Psiconeurofisiologia e Ciências Educacionais. Pós-doutor em Filosofia. 23 livros publicados. Presidente da Academia de Letras do Brasil - ALB.”
– Do livro JOAQUIM MONCKS & AMIGOS. Porto Alegre: União Brasileira de Escritores de Canoas-RS e Editora Alternativa, contos, crônicas e poemas, 2011, p. 267:8.
CARTA DE JOAQUIM MONCKS A MÁRIO CARABAJAL:
Mário, meu especial amigo! Quase me fizeste chorar frente ao conteúdo do texto remetido, que tem o mesmo nome da coletânea ora em gestação: Joaquim Moncks & Amigos. Uma belíssima peça tutorial: escorreita na forma e magnânima no conteúdo. Não apostes muito no que tenho feito e no que ainda temos por fazer. O tempo é o dono do Futuro!
Não trabalho para que os outros reconheçam o que faço, mas por consciência de brasilidade, e de amor ao próximo, como recolhe o apóstolo João, na abertura do documento bíblico: "Amai ao próximo. Amai-vos uns aos outros...". Lavrava a palavra daquele que se imolou pela Humanidade, aos 33 anos, um líder popular, um subversivo ao seu tempo, capaz de não cortejar a fácil popularidade e de se arrojar em defesa das ideias e dos credos.
Realmente, sou um homem simples e, agora, mais do que nunca, "chorão", aos 64 anos. Dia desses, ao receber o título honorífico de "Cidadão Uraniense", na cidade de Urânia/SP, 8.700 habitantes, não conseguia falar porque o microfone tremia na minha mão e o corpo todo acompanhava. Somente depois de me acalmar, o Criador me deu forças para o milagre da Palavra.
Tenho trabalhado muito, mas não tanto, a ponto de receber todos essas lisonjas arroladas no escrito. Mas parece que temos um coração irmão. Nosso relógio físico bate ao compasso dos ideais de Pátria e repercute na palavra, no idioma mais lindo do mundo: a Língua Portuguesa, como um dia glosou o grande Fernando Pessoa: "Minha Pátria é a Língua Portuguesa!". E nós, os condenados a pensar, bebemos dessa constatação e fazemos dela pleníssima Verdade.
Grato, meu irmão em Letras, o que quer dizer, confraterno na historiografia de um país que mais do que nunca aprende a ler para poder exigir tratamento igualitário na comunidade internacional. Ao menos no mercadejar das laranjas, neste ano da graça de 2011, a ponto do assunto chegar aos tribunais internacionais de alto coturno.
Lutemos pela afirmação da Pátria, mesmo que os moços não saibam nem mais cantar o Hino Brasileiro. Lutemos ao canto da cotovia, do uirapuru ou do quero-quero, que são sentinelas dos campos e das matas. Ambientemo-nos para o futuro, com alegria e desvelo.
Saibamo-nos, com João, o apóstolo, que somos de outros que não nós mesmos, porque o escritor não é dono de si e nem de sua obra, porque o espiritual não se confunde com direito autorais. Um é lavra da pedra bruta que pode e deve ser polida; o outro é a linguagem consumista que nos engole. Sobreviver do trabalho oriundo da criação literária, sim, todavia não devemos nos contaminar, descobrindo preço vil para os ideais. Os editores sabem do que falo...
Alguém dos pósteros falará sobre nós, se o tempo e os contemporâneos nos derem vaza, mas que eles escrevam sobre nós sem falácias e encômios indevidos. Por ora, agradeço que tenhas descoberto que sou, apenas, um quero-quero que defende o ninho. E nos pomos de braços abertos para o abraço da história. Obrigado, meu querido amigo!
Penhoradamente, o poetinha JM.
– Do livro inédito NO VENTRE DA PALAVRA, 2011.
http://www.recantodasletras.com.br/cartas/3065849