Desconfiguração
O que mais dói, é saber que estivemos muito proximos de algo e não o exploramos o bastante, ficaram gotas neste copo e eu tenho a sensação de sede, não me fartei deste banquete...
E me pergunto, onde será que foi parar o instinto aventureiro?
Deixei de ter garra nessa vida?
As perguntas giram e misturam-se e, em minha cabeça formam um labirinto de nível mui elevado, onde até duvidam existir saída.
A dor que sinto, me destroem os sonhos lentamente... deixa minha alma doente.
Caminhos cruzados e initerruptos...
Amor que foi feito pra ser eterno...
Temido gigante indestrutível ...
Confiança inabalável...
Horas a fio de cumplicidade...
Palavras infinitas trocadas...
Quando vovó dizia que coração é terra que ninguém pisa,eu achava que ela estava por fora,e num é que aquela idosa falava mesmo as coisas certas?
Ele esteve aqui, bem próximo a mim, mas seus pensamentos oscilavam, seu olhar tornou-se tão distante que se perdeu na linha do infinito.
Sua casca grossa,tão grossa tinha apenas uma cobertura doce,fina, muito fina que olhando agora,parece não mais existir.
A vida tornou-se rotineira, tudo virou correria, momentos viraram instantes, pingos viraram letras e os textos tinham apenas a visão
"do meu jeito", nos tornamos comuns.
Que ironia!! Nós comuns?
Decididamente, percebi o tempo passar e permaneci no mesmo lugar, vivi o sonho da cinderela e não me lembrei da temida meia noite.
A menina que tinha mil sonhos, não quis deixar de sonhar, ela só preferiu sonhar sozinha, porque nos sonhos é possível reeditar.
A menina dos damascos, cansou de ter a fala travada pelo choro, seus olhos são bonitos de mais para viverem úmidos pela dor da insatisfação.
A menina de cor clara, viu quando ele abriu mão de sonharmos juntos e seguiu com poeira nos pés dizendo:-" seja feliz!"