A certeza de um coração que chora...
Um tambor de sangue bate forte em meu peito, meus olhos vermelhos permanecem úmidos. Aqui estou vestido de ansiedade. Cachoeiras teimam em brotar enquanto sensações múltiplas me invadem. É tudo tão incomum e tão intenso. Pensamentos surgem no vazio de minha mente repleta de perguntas. São respostas não aceitas por uma suposta razão que prefiro desconhecer, mas que fazem tanto sentido à minhas repentinas emoções. Um vento frio atravessa minha pele e se instala em meu estômago e por fim amarra minha garganta num nó seco e tenso. As duvidas surgem paralelamente às certezas. Ambas tão claras e tão convenientes. Tão cruéis. Tudo tão ofensivo e inofensivo, tão óbvio e tão imprevisível. Eu, conscientemente alerto meu inconsciente e ele obviamente me ignora. Os ponteiros continuam a girar sem pausa enquanto os observo inerte. Um dor tênue toma minha alma. Eu tão só e ao mesmo tempo tão seu. Enquanto o tempo ruge contra nós... Enquanto a vida passa sem graça... Quantos risos perdemos? Quantos beijos não demos? Quantas noites nos abstemos da companhia confortante um do outro e do companheirismo terno que tanto nos faz falta agora? Nesta hora me perco na insegurança de saber que seus braços não me abraçarão esta noite, sem saber se seus sonhos encontrarão meu rosto perdido em lembranças corriqueiras de dias normais, de momentos especiais, de instantes nossos. Tão meus, tão seus, tão inesquecíveis. O que sei é que por trás de toda uma desconfiança, de um medo meu que tanto tem me perseguido há uma força maior, uma coragem de lutar e a certeza de que você nunca irá me deixar, pois no fundo o que você mais deseja no mundo é aprender a me amar e é por isso que esse coração já não vai mais chorar.