TELAS
" Nesta tela pinto tua face, nas árvores coloquei o verde dos teus olhos,
no sol o brilho do teu sorriso, no vento o frescor do teu hálito, a brisa a tua voz, no mar as ondas dos teus cabelos, o molhado dos teus lábios, e aquele solitário observador sou eu, parado à areia a observar a natureza, tão importante quanto tudo que ali está.
Sim, pois nada seria da natureza se não existisse que a admirasse, assim como nada seria da tua beleza se eu não estivesse a te dizer a cada instante quão linda és, somos um só nessa tela, eu e você, completando a beleza desse quadro, tão comum a uns, tão raro de sentimentos, tão simples e belo como o próprio amor existente em nós.
Nestas linhas te demonstro toda a dimensão do meu amor, bela menina, frágil como a própria natureza, tão forte como quem não nunca amou, sensível como uma abelha e com todos os seus traços rústicos produz o mel, e isso é prova de que todos são capazes de produzir mel e pô-lo na boca da amada.
Esta carta é minha última, não mais lhe falarei por versos, não mais lhe temerei a face, porque por mais selvagem que seja a natureza, os mais simples seres existentes nela, são em si belos.