HOJE
Sabe de uma coisa vida?
Hoje me senti bem pequena. Menor que um grão de areia talvez. Átomo invisível diante de tantas calamidades. Próton ínfimo diante de tanta felicidade!
Andei divagando entre minhas incoercíveis incoerências e me perdi, num mar turbulento, em águas desconhecidas, doces de viver e ardentes aos olhos, pelo sal entranhado na pele e na mente, dia a dia!
Hoje, em meio ao nem sei quando, me vi olhando o futuro e antevendo o olhar lânguido ao meu hoje!
E me perguntei: Será egoísmo ser feliz diante de tantas catástrofes?
Hoje... Vivi mais um ontem e morri mais um amanhã!
************************************************
Cecília Meireles
Cântico VI
Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acaba todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
Sabe de uma coisa vida?
Hoje me senti bem pequena. Menor que um grão de areia talvez. Átomo invisível diante de tantas calamidades. Próton ínfimo diante de tanta felicidade!
Andei divagando entre minhas incoercíveis incoerências e me perdi, num mar turbulento, em águas desconhecidas, doces de viver e ardentes aos olhos, pelo sal entranhado na pele e na mente, dia a dia!
Hoje, em meio ao nem sei quando, me vi olhando o futuro e antevendo o olhar lânguido ao meu hoje!
E me perguntei: Será egoísmo ser feliz diante de tantas catástrofes?
Hoje... Vivi mais um ontem e morri mais um amanhã!
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Cecília Meireles
Cântico VI
Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acaba todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.