De todo o coração pra ti.
Querida, espero que me perdoe por isso, por essas letras esmiuçadas nesta folha em branco, mas cada delas dirá o que meu peito há muito abafa, ou tenta ainda que heroicamente esconder.
Apesar de toda a distância, e o tempo que nos corroeu – por assim dizer- eu não consigo pensar em nada, nada que não seja você na minha vida. Acredite que até a minha cabeça não consegue pensar em nada para escrever, nada corriqueiro que não seja para você. Lembro de você ainda hoje, agora. Você, na sua forma única, como um presente, uma das visões mais lindas que já tive na vida, vindo pela praça de encontro aos meus braços e me sinto um menino lembrando dessas coisas e começo a rir do nada pensando em você. Sei que você mudou, sim. Até porque, eu não sou mais aquele garoto que outrora você conheceu... Quer dizer, na essência, sim; mas na prática, às vezes esse “menino” se esconde. Só você é capaz de enxergar por entre os meus olhos e sua voz me acalma mesmo na pior das crises...
Seu riso é esplêndido, sim.
Uma das coisas que me lembra você, quero dizer, quando me lembro de você, é teu riso. Ainda acho que você devia sorrir mais – não como uma ‘aspirante’ a Ana Maria Braga- mas, sorrir... Enfim, você entendeu. Às vezes eu fico que nem uma besta no telefone falando contigo, altas e inúmeras baboseiras só pra ouvir teu riso pelo barulho metálico do telefone, é como um voyeur auditivo, ou algo assim. Fico colado e embasbacado no fone só pra ouvir cada detalhe da sua voz, cada variação de tom, cada suspiro teu. Loucura? Não. Acho que amor seria mais exato. Imagino você rindo na minha frente e você se materializa na cabeça deste pobre desgraçado destinado a te amar. Mas vamos ao resto do texto, ok?
Você é linda e não importa a circunstância, não importa a forma. E o que sinto por ti, é independente disso. Logo então te amarei tanto quanto com um vestido preto e um salto agulha, ou com uma camisa, um jeans surrado e de havaianas no pé. O fato é que isso pra mim faz pouca diferença, melhor dizendo, diferença alguma. Até porque se for reparar no que eu sinto por ti, isso, os detalhes menos importantes passam despercebidos, entende? E no momento, o que eu quero saber é de você.
Eu não posso negar e deixar pra lá, mas eu penso no pouco tempo que a gente ficou junto. É, foi pouco, bem pouco mesmo; mas saiba que “aquilo” me marcou de tal forma, que ainda sinto “aquilo” voltar como um turbilhão pra mim, e sei que você tampouco esqueceu o pouco que a gente ficou junto. Quero que você seja feliz minha linda, claro. E quero ser feliz também, só que do seu lado. Assim de quebra eu fico feliz, você fica feliz e todo mundo fica legal, não seria bom? Mas, apesar de tudo eu tenho certo receio disso, pelo menos por agora, acho que seria o caso de fazermos um segundo reconhecimento para ver se alguma coisa surge daí. Quero que saiba que o “evento” não foi marcado com segundas intenções, saiba. Foi apenas pra te ver, porque acredite, ou não, eu quase morro de saudades suas aqui, quero te ver, quero ver teu rosto sentir a tua presença em corpo, pois em alma, creio que nunca perdi.
Encerro aqui por falta de assunto.
Beijos