CARTAS PARA MINHA AMADA I

Hoje termina minha ‘vagabundice’ temporária.

Deverei retornar ao trabalho, à labuta, enfrentar pessoas desagradáveis e doutoras virgens irritadas com sua infelicidade sexual. Mas, olha, minha menina, essas férias foram as melhores que já tive, simplesmente as melhores.

Não preciso te contar por que foram as melhores, preciso?

Tudo bem, por você eu faço esse enorme sacrifício que é contar sobre minha felicidade.

Primeiramente, foram as melhores por que te conheci. Um verdadeiro achado, um acaso maravilhoso, uma dádiva dos céus, você não tem noção de quanto tem sido bom te ter nesses dias.

Junto a isso, toda essa nossa história me encanta pelo tanto que ela tem de inusitado, de gostoso, de acaso e até de risco.

Mas era isso que eu queria. Queria te pegar pela mão e sair por aí. Queria te pegar nos cantos das estações e te dar muitos beijos, tal qual aquele nosso inesquecível primeiro beijo. Tão marcante que até hoje disputamos para saber quem foi que teve a iniciativa. Mas isso não importa, o que importa é que o beijo saiu de forma muito espontânea e, principalmente, foi delicioso.

E aquele nosso primeiro almoço executivo?

Ele deixou em mim marcas profundas, simplesmente profundas. Serão lembranças que ficarão guardadas em minha mente enquanto eu possuir juízo, ou enquanto viver. Jamais esquecerei das tuas reações, das sensações que me provocaste e todo aquele contexto mágico daquele quarto que somente eu e você sabemos.

Ontem, tomamos cerveja e vinho à distância, já viu alguém fazer isso?

Afora a conversa deliciosa que durou mais de quatro horas. Mais de quatro horas falando contigo sem parar, desligando o telefone unicamente pela necessidade de trabalhar no dia seguinte, com um pesar enorme de me distanciar da tua prosa agradável e inteligente.

E hoje também tive uma surpresa muito agradável, muito gostosa, muito terna.

Almoçamos juntos pela primeira vez, afora o nosso almoço executivo. Dessa vez, de fato, nós ingerimos alimentos. Mas como você disse, eu também nem me lembro do que comi. Tão desimportante era a comida naquela hora em que você estava frente a mim.

Contudo, lembro-me muito bem do teu olhar carregado de ternura que dirigias a mim sem economia. Recordo-me de tua mão acariciando a minha muito carinhosamente, e do teu semblante cheio de contentamento por estar ali comigo naquele momento.

Vim pensando nisso tudo, em tudo o que aconteceu até agora, e gostaria que soubesse que esse teu gesto terno me encheu de segurança e tranqüilidade. Creio que as inseguranças que eu ainda carregava quanto aos teus sentimentos se dissiparam. Teus olhos me disseram que estas comigo porque gostas, porque queres e inclusive está se arriscando por isso.

Esse tempo que ficaremos distantes um do outro será bem difícil, bem frio e angustiante. Mas depois de hoje, depois dos teus olhares, dos teus afagos, tive certeza de que a nossa história irá prosperar e ser um sucesso, tenho essa intuição comigo.

Precisava muito te dizer essas coisas, necessitava comunicar meus sentimentos a você que já é parte fundamental da minha vida.

Adoro você!

Frederico Guilherme
Enviado por Frederico Guilherme em 30/05/2011
Reeditado em 30/05/2011
Código do texto: T3003136
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