Noite das Arábias
Apenas lingerie e um lençol que a cobre docemente.
Lençol este que na penumbra de uma luz de outro cômodo, dá a nítida silueta querida, ousada, sexy e esperada.
Baila uma música que lembra o Oriente Médio, talvez Ásia Meridional.
Semelhante o movimento de uma serpente, composta de uma série de movimentos de impacto, com rotações, ondulações que envolvem o corpo como um todo, de aspecto sensual e exótico, e de grande agrado aos meus olhos.
Movimentos estes que seguindo o vibrar da música de fundo, formam uma simbiose magnífica entre o visto e o ouvido, fundindo-se numa coisa só.
Por possuir elementos corporais e sensais, faz lembrar sua origem remonta ao Período Matriarcal, desde o Neolítico, cujos movimentos revelam sensualidade, de modo que a forma primitiva considerada um ritual sagrado. A origem está relacionada aos cultos primitivos da Deusa Mãe, Grande Deusa ou Mãe Cósmica.
Com movimentos abdominais, pélvicos que acreditava-se as mais antigas noções de criação se originavam da idéia básica do nascimento, que consistia na única origem possível das coisas e esta condição prévia do caos primordial foi extraída diretamente da teoria arcaica de que o útero cheio de sangue era capaz de criar magicamente a prole. Acreditava-se que a partir do sangue divino do útero e através de um movimento, dança ou ritmo cardíaco, que agitasse este sangue, surgissem os "frutos", a própria maternidade.
E tu minha DEUSA do AMOR, com a plenitude desses movimentos mostra uma peculiaridade, que mesmo não tendo aulas, pesquisa ou algo do gênero, está familiarizada com esse dançar, tiramos uma única conclusão, de seu bailar, sabemos que não fizeste aula.
Pela perfeição dos movimentos que você é levada, pela tranquilidade, desinibição, chegamos a um senso comum.
Para agradar e sabendo ser agradado, seu empenho se torna divertido e salutar, e nos remete a um único pensamento.
A afirmação que já dançastes em outras vidas, talvez no Antigo Egito, Babilônia, Mesopotâmia, Índia, Pérsia, Grécia.
E pela similaridade do gostar quiçá tenha sido seu único e fiel espectador, tal qual hoje a história se repita, tornando novamente seu homem, seu seguidor.