Carta de Sangue
Venho por meio desta, querido amigo, lhe dar noticias sobre onde estou. Aqui é tudo grande e vazio as vezes me perco e o caminho parece ficar diferente a cada passo que dou. As vezes sinto medo, outras vezes não sinto nada, e compartilho o vazio que há dentro de mim com o deste lugar.
Num dia desses o céu estava com uma cor avermelhada e eu me lembrei do seu sangue escorrendo por minhas mãos, ainda quente e viscoso e em seguida se misturando com o meu.
Ainda me lembro daquela última vez que nos vimos, primeiro você depois eu. Primeiro sua vida se esvaindo, depois a minha. Eu queria sua companhia para sempre e sempre ao meu lado. Só que para minha surpresa nós não fomos para o mesmo lugar. Aqui é um lugar muito ruim, e eu até acho bom que não tenhas vindo comigo. Estou pagando o preço pelos meus atos. E você foi apenas uma vítima dos meus distúrbios.
Sinto muito por esta carta nunca realmente poder chegar até você. Mas saiba que você preenche todos os espaços do meu pensamento e a ti dedico todas as minhas ações.
Para finalizar eu peço apenas desculpas, por encerrar um período que não era para ter chego ao fim. E lhe desejo o que pode haver de melhor neste mundo.
Barbara Brugnerotto (Prima)