Cartas à minha Filha - Isis - 28/09/2010
Rio, 28 de setembro de 2010.
Ah, minha menina. Cada dia que te olho vejo como fiz a escolha certa em tê-la. És tão preciosa, que talvez só descubra isso no dia em que for mãe também, pois digo com muita convicção de que não há amor maior. Não é porque olhar-te é me ver, mas é porque é um sentimento tão profundo e que ao mesmo tempo transborda. Olhar para o seu retrato em minha mesa, assim que nasceu e agora, aos sete meses, me faz entender a complexidade do tempo e do amor. Mas tudo é também tão simples, pois o tempo passa e o amor aumenta.
Consigo achar maravilhoso vê-la retirar um pedaço de pão e deixá-lo cair e com suas mãos tão pequeninas pegar aquela migalha que se desprendeu, mas que você não deseja abrir mão. Tudo isso é encantador.
Você já não chupa mais chupeta, às vezes a utiliza para mordê-la e faz de uma forma tão gostosa que me surpreendo e ainda briga comigo quando preciso tirar por algum motivo.
Comer papel é algo muito mágico para você. Você faz com tanta agilidade que nos surpreende. No mesmo instante que o papel está inteiro, ele está aos pedaços em sua boca, como se fosse o doce mais gostoso do mundo.
Você é fascinante. Me parece tão inteligente e tão maravilhosa que se eu pudesse escolher um bebê para ter, escolheria um exatamente como você.
Fico feliz por isso, porque escolhi ter um filho e hoje escolho você do jeito que você é. Não há como amar de maneira diferente. Quero o seu choro, a sua pirraça, a sua manha, pois o que quero é você, toda em plenitude e junto com isso vem o seu sorriso, o seu sono, a sua agilidade, o seu amor. Te garanto – não há nada maior!
Ontem eu te amei. Hoje eu te amo mais, mais e mais.