Cartas à minha Filha - Isis - 11/01/2010
Antes de iniciar a carta, um adendo - esta é a última carta que tenho, aqui no trabalho, antes de a minha filha nascer, pois nesse dia meu marido foi assaltado e eu tive fortes contrações com dilatação e entrei de licença médica até o dia do parto, que ocorreu no dia 12/02/2010.
Vamos à carta:
Rio de Janeiro, 11 de Janeiro de 2010. Segunda-feira às 14:03.
Bom, da última vez que comecei a escrever fui interrompida, pois havia dado a hora de ir embora, mas hoje tenho um tempo mais tranqüilo.
Tentarei voltar à natação hoje. A Dr. Antônia pediu-me para ir com moderação, e falar ao professor sobre as contrações que tive e após o exercício, observar as reações do meu corpo hoje e amanhã. Espero que fique tudo bem, uma vez que não quero parar com a natação que faz bem para mim e acredito que para você. Mas pode deixar, qualquer sinal de que eu não deva continuar, eu pararei. Afinal estamos em um momento delicado e é super-importante você ficar mais tempo dentro do seu templo, pois os órgãos só se formam completamente após a 34ª semana e ainda estamos na 32ª.
Acho interessante, toda vez que eu paro para escrever para você logo começam seus movimento, que vão de intensos à moderados. Parece até que você sabe que é como uma conversa contigo. Sei que pode me ouvir, mas acredito que ler o que eu escrevo é um pouco demais... rsrs
Falando em movimentos, seu pai tem brincado bastante com você e é correspondido imediatamente. Basta ele por a mão na minha barriga que você fica toda serelepe. Parece até que dá pulos de alegria ao sentir a mão do papai tentando te tocar. Ele tem curtido mais a gravidez, acho principalmente por te estimular e você corresponder. É bonito de se ver, meus amores se curtindo através de mim.
A vida é assim, só depende de cada um de nós e não do outro, mas o outro é importantíssimo para dar mais brilho, suavidade, alegria, intensidade. Devemos nos respeitar e amar acima de tudo, sem nunca permitir que outra pessoa nos roube os sonhos, alegrias e principalmente a personalidade, no entanto devemos enxergar a linha tênue de dependência saudável e necessária de convivência social uma vez que somos seres sociáveis e que, se não for em grupo, não vivemos bem..