CARTA AO MEU AMOR
Quando entrei em casa, quentinha, sentiu um cheiro delicioso de sopa cremosa, eu adorava sopa cremosa. Angelina ali, de avental, sorrindo, com seu ar de menina que fez marotice.
- Fiz para esquentar você. Sabia que iria chegar congelado e morto de fome da faculdade, você está ficando esgotado de tanto trabalho para ir para Paris. – Meu coração doeu, ela pensando em mim, e eu pensando que ela estaria com outro. Mas, minha surpresa mesmo foi que tinha me esquecido totalmente dela, só pensava no sucesso, no meu nome na lista dos aprovados, que todo mundo iria ver, que seria rodeado de elogios...
- Não gostou? – disse ela meio sem jeito.
- Amor, eu fiquei o dia inteiro pensando só em por que você não iria me ver hoje, estou muito feliz! – Deu um longo abraço nela, quentinha, aqueceu seu coração. Não sabia se era da sopa ou da bolsa, mas naquela hora não fazia diferença, o que importava é que iriam passar uma noite maravilhosa e ele esqueceria por uns minutos do trabalho.