AMOR PLENO
Não. Não sou nenhum aletófilo... Mas a verdade me faz bem
Convêm que seja assim, para saber sempre o que há em mim.
Às vezes as conveniências podem gradativamente nos entorpecer,
Levando-nos a acreditar em certas incongruências pessoais.
Talvez meus desejos não sejam maiores que a de um lumpemproletariado... Mas como é bom sentir esse amor em mim ilibado assim...
Poderia até procurar tornar insigne esse meu amor puro e ascendente que sinto por ti... Mas acredito na naturalidade das emoções... Não ficar intelectualizando velhos clichês. O amor proletário é realmente o mais profundo creio eu, e não há nada tão disforme quanto querer demonstrar um grau acima do que realmente se sente.
Talvez por isso esteja nesse antro das obscuridades superficiais e supérfluas, mas, livre de todas as aparências desses amores descartáveis, desses quereres repletos de interesses... Não... Prefiro mesmo te amar da maneira que amo, que te amo, e na certeza que assim dessa minha maneira peculiar de ser sempre lhe amarei.
Queria mesmo era poder gritar teu nome, escrever com letras garrafais esse infindo e lindo sentimento... Mas, tenho que acalentar-me em teu silêncio... Abraçar-me em tua distância... Acreditando que nutres por mim também grande e verdadeiro amor, mesmo que cada um a sua maneira... Levando em conta também as circunstâncias restritivas que esse amor enfrenta e enfrentará se por ventura formos até ao limite máximo de nossas vontades e nossos desejos de nos tornar um, unidos carnal e familiarmente para sempre.