Do nosso tempo.

Não posso dizer que entendo. Apenas garantir que passei por situações parecidas. Só quem sofre deste mal, sabe o quão é difícil ser capaz de entregar seu coração à alguém. Eu tento entender a dificuldade que existe em abrir portas.

Deixar alguém entrar deve ser tão difícil quanto entregar seu coração. Tu tentou fazer isso uma vez.. Me abriu as portas do teu coração, e eu com a minha mania de organização, tentei arrumar tudo por aí, não é mesmo? Pois é.. Saiba que não foi intencional.. Nunca, jamais. Se errei, foi por tentar te ajudar. Foi por tentar ser boa o suficiente para me fazer ser lembrada em cada dor, angústia e alegria tua. Eu sempre desejei estar aí pra você e por você. Não sei se um dia consegui alcançar meu desejo, mas sei que te fiz feliz, por alguns dias. Por alguns momentos. Assim como eu consegui um pouco disso com você. Atualmente, vejo que o resto só conseguirei comigo mesmo, o que se torna quase impossível, mas, deixa pra lá. Eu não sou importante. Você sim.

“Oui, ma chère, bonne nuit. Je vous remercie de six mois, Je t’aime.”

Houve um dia que deveria ser especial. Meus planos? Nada além de uma tarde como qualquer uma de janeiro: Com você. Tu poderias sentar na minha varanda, antes de ir para seus compromissos. Eu sei que a faixada da minha casa não é tão bonita assim, e não tive tempo de lavar o piso cinza no chão… Será que foi por isso que te perdi? Pela falta de limpeza de uma virginiana? Enfim…; eu repousaria meus olhos úmidos e meu corpo pesado sob o teu, envolvida por braços e abraços, e lá te daria meus sorrisos. Bom mesmo seria se tu passasse a noite comigo, contando as estrelas pela minúscula fresta da janela entreaberta. Ou que se danem as estrelas! Eu não faria questão de muito espaço na cama; e vestindo qualquer camisa tua, dormiria feliz. E quem sabe completa, pela primeira vez em uma vida.

“O começo e o fim de unem, se aproximam e se beijam, como num filme.”

Eu sei que não é assim tão simples.. Sei porque não é fácil pra ninguém. Mas se eu não sou alguém que te faz sorrir a toda hora, nem te incita a vontade nem a necessidade da minha presença ao teu lado, ou tuas mãos envolvendo as minhas numa chata palestra de geografia… eu não sei o que estamos fazendo.

“Agora você tem novos amigos. Normal que um dia isso fosse acontecer.”

A imensidão de um céu acaba. O mais belo e vivo azul aos poucos se transforma no azul marinho mais opaco e obscuro. Às, vezes, o resultado é acompanhado por um degradê e outras, é num ímpeto, como um flash. A imensidão de um sentimento também acaba. As palavras se perdem pelo caminho assim como o amor, o carinho, a atenção e a presença. Agradeça ao tempo. Ele é o único que poderá te fazer odiar, ou gostar-menos daquela melhor-pessoa-do-mundo-atualmente. E não há muito que pode ser feito. Tudo depende do quanto se deseja.

Ainda há tempo. Please, crash into me.

Bárbara Ornellas
Enviado por Bárbara Ornellas em 01/05/2011
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