Dias, meses e anos.

Os dias passam, eu não os vejo mais;

Só sei que passam.

Não me preocupa mais me dar conta

do que acontece.

Vejo-me nos meus tempos de menino

e de jovem;

Percebo que, naquela época, eu já via

o velho que há hoje em mim.

Eu já existia quieto e calado, isto me

faz ver que minha timidez não me dá

a solidão, as pessoas é que preferem

me ver só.

Olho pra você, quase tudo me faz ver

as outras moças e meninas de outros

tempos;

Quase sempre voltada pra si e muito

preocupada com suas concepções de

valores morais, suas convenções e

atribuições.

Você me faz ver que o velho, o jovem

e o menino nunca estiveram separados;

Foram sempre a mesma pessoa.

Os dias passam, a estrada segue e nós

dois não existimos nunca;

Só existo eu e só há você.

Os dias passam, a estrada segue, dou

conselhos para as pessoas, mas, eu

mesmo, não presto atenção em nada.

Sou só uma pessoa que caminhou pela

estrada, mas não prestou atenção na

paisagem.

Sou só uma pessoa que sabe pouco das

gentes e quase nada das flores.

Abril de 2011.

Paulinho de Cristo
Enviado por Paulinho de Cristo em 30/04/2011
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