Quantas Saudades!

Rio,05/03/11

Querido amigo e aqui estamos de volta. Sinto tanto que tenha sido num momento qual a tristeza tomou conta de min. Desde o nosso último encontro se não me falha a memória, minha vida tem sido atribulada e tão cheia de tormentos vividos pelos outros. Me entreguei ao ópio. E o ópio mais simples, que curasse minha dor, aumentou-a em gênero número e grau.

As pessoas invadem meu espaço, me enchem o saco com suas chrorumelas de que falta isso ou aquilo, e no entanto eu sou a pessoa que menos posso resolver a situação. Sabe amigo, deixei o tempo passar. Hoje com minha idade e sem a aparência recomendada, nada é possível se conseguir no mercado de trabalho brasileiro. Tenho uma casa própria e sou pensionista. Qualquer um diria que não me falta nada e não vê motivos para isso. Decerto, está coberto de razão. Mesmo assim vieram me visitar numa noite dessas. E disseram que algum dia irão explicar o nome da doença que eu tenho. E não satisfeito. Perguntaram o que podia ser feito para que eu fosse feliz. E eu não soube responder.

Te juro que mesmo assim embora muita gente gostaria de esta no meu lugar ainda gostaria de enfrentar um ônibus. Aturar os patrões da vida e colegas de trabalhos enxeridos! Nada como ter o nosso ganha pão. Fui obrigada largar o cigarro de vez. No susto e na carreira ou me pegaria afetada pelo óbito. Hoje sabe Deus que espécie de aparelhos invisíveis me mantêm viva, pois não tenho vontade de nada, As vezes sinto muita dor. Queria sair passear e fazer amigos e não tenho ânimo. Até o alimento perdeu o sabor, as cores do mundo ficaram incolor e eu caio prostrada numa cama... só Deus sabe; que espírito bondoso ainda tem dó ou paciência de se tornar um guindaste e me colocar nas suas costas e me fazer andar, exercícios e emfim.

Tem dias que fico diante da página do Recanto tentando imaginar o que vou escrever. Como não ocorre nada, acabo desligando o computador. No outro dia escrevi uma história contada pelo meu sobrinho. Não procurei pesquisar o caminho da Ìndia nem nada e confesso! Morri de vergonha por não conseguir criar mais nada. Sei que é uma fase e esta irá acabar. Tanto é que você me orientou a está aqui neste momento enviando esta carta para você. Obrigado por me ouvir. E espero que no meu sonho venha me acalentar. Não sabe como estou preciada de carinho e de um colo. Beijos e abraços!

Dayanne

Dyanne
Enviado por Dyanne em 05/04/2011
Código do texto: T2891902