Carta III
Eu me vi mais humana depois que lhe falei nesta tarde de outono, porque tens também as agruras de alguém normalíssimo, e não como eu, não tem esperança nem se desespera do futuro e nem com as mutações drásticas ou imperceptíveis da vida, mas também vive essa angústia, essa dor fina, uma ausência que é um rasgo dilacerante no peito, somos só essa pulsação dolorosa e excitada do presente. É um momento indizível de estarmos vivos.