À Flor de Abril
 

O beijo era único. Tinha a cor dum ciclone;
As garras afiadas e cheias de mistérios
arrebataram minh´alma rumo ao etéreo...
Vi a carcaça de sangue estendida e sem nome!...
 
Os obreiros chegaram à dor enorme!
Vi as ruínas do meu grande castelo,
e ouvi a voz do Pai: (Senhor do Império)
- Vai-te!... O orgulho ainda te consome!
 
A prova cala os momentos de lamúrias!
O tempo cicatrizará as cores púrpuras!
Veremos o porvir na tela de matiz!...
 
O pretérito de lições não sai da mente:
nas quedas vemos o quanto o coração sente,
a dor é o caminho da vida feliz!...
 
 
Machado de Carlos
 



Carta 1
 
Este único beijo jamais será o último, pois a esse nosso mundo de mistérios que nos envolve a cada dia, por mais ininteligíveis que forem, pertence todos os beijos, sendo todos únicos!
E seu grande castelo é exatamente onde habito e se nossos braços estendidos não se tocam se não pisamos o mesmo solo, olhemos o dia e a noite sobre nós, pois é onde nos encontramos e nos encontraremos eternamente, sob o mesmo céu! Aqui, sob ele, a contemplá-lo, somos um, unidos,quando não pelas palavras,pela luz dos mesmos astros!
 
Resposta;
 
Uma alegria infinita toma conta de meu ser ao ouvir a tua voz juntamente com sua presença quase invisível e com caracteres anônimos.
Mesmo assim, lembro-me do último beijo. Incrível!
Com uma sensibilidade ímpar; ele - o beijo - ficará guardado eternamente a sete chaves! Esplêndido!...
Infelizmente vivemos neste mundo em que possui os seus mistérios que são inexplicáveis. Entretanto estes mistérios, cujos sinais são explícitos e extremados!
Pois bem, acho que os beijos pertencem ao nosso dia-a-dia e chegam com a velocidade da luz; uma velocidade que abate o nosso pequeno coração saltitante e como o som de um piano Divino.  Por isso os batimentos são uníssonos!
Sim, sim e sim; habitamos neste extremado Castelo, construído com tijolos de palavras e, e em forma poética. Palavras que serão envolvidas nos mesmos passos e na mesma cadência. Passos que ultrapassam quaisquer barreiras que parecem intransponíveis.
Durante os dias e as noites ainda consigo ouvir as “Quatro Estações de Vivaldi”, enfatizando a parte da Sinfonia que reproduz uma “Primavera” permanente. Pisamos sim neste mesmo solo por um tempo indeterminado. Ainda bem que os Astros estão sempre ao nosso lado!
Agradeço-lhe, profundamente, pelo seu comentário, lembrando-lhe que nesta data o som da vida voltou para mim, e, meus pensamentos não deixam de voar para as dimensões Sublimes!
Machado de Carlos
Enviado por Machado de Carlos em 03/04/2011
Reeditado em 03/04/2011
Código do texto: T2887282
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