bilhete na "geladeira"

A demora em visitá-los é porque estava/estou viajando, ora pego vento de través, ora quase sofro “stol”, ainda estou aqui, mas em “transe” / trânsito, me senti cansada, desgasta nos últimos séculos, então parei num hotel de trânsito com infinitas estrelas.

A gente não se dá conta

A gente não dá conta da gente

A gente nem calcula.

Então, aproveitando o espaço/tempo que me foi dado ou conquistado!? antes que eu me esqueça, deixei um bilhete na “geladeira” antes de “ir embora”.

A vida cansou de ser sombra

Agora se incendiou

Virou fogo no meio da rua

Diante da Lua

Em frente a minha porta

Saiu gritando socorro

Tão clara, quanto o escuro

Tão viva quanto morta, agora!

É, ela vem à tona, em tocha

Muita chama

Muitos chamam, socorro

Tão alto como quando o fogo queima,

Silenciosa aos gritos e solitária

Cruzou a rua

Que dá pros fundos do mundo.

Lambeu a esquina e,

desapareceu num lastro cinza

Na inútil tentativa de alcançar a vida

no meio do vazio, eu fui só urro.

***

Outros abismos

Fui lançada ao mar

Me atingiu um “jet scren”

Perdi bússola e fui “pro espaço”

Há um labirinto lá!

Vivas paredes me talharam

Fui marcada e só sangro...

As feridas não cicatrizam nunca

Doem...doem...

Me lascaram esses corais!

***

A vida é na melhor das alternativas

sofrimento e desespero.

Isso parece triste e, é!

Me pergunto se literatura não pode ser, pelo menos de vez em quando, a realidade “nuazinha” ?!

Bom, em todo caso vou chamar os poetas! Os loucos que se entendam! (rs)

Alessandra Espínola
Enviado por Alessandra Espínola em 11/11/2006
Reeditado em 18/07/2009
Código do texto: T288714