Carta para a Presidenta (*)
Parabéns pela homenagem que fez ao grande Osvaldo Ferreira de Melo.
Não conheço o seu trabalho de literato e músico e também o de compositor e também não o conheci pessoalmente mas, pelo que você diz em seu texto inserido no site do Grupo de Poetas Livres – www.poetaslivres.com.br -, ele foi um homem extraordinário, tanto como pessoa, quanto como profissional e artista. Então, é mais uma estrela que está cintilando no firmamento.
Com certeza, o seu espírito continua brilhando no mundo astral e na memória de todas as pessoas que o admiravam pessoalmente e que admiram o seu trabalho artístico.
E por falar em estrela, aproveito para anexar nesta carta uma foto em que estou abraçado também com uma estrela que, com certeza, também está tremeluzindo no espaço sideral, desde o seu falecimento, em outubro de 2009.
Trata-se da cantora argentina Mercedes Sosa, com quem tive o prazer e a alegria de conhecer e de conversar pessoalmente, no camarim do CIC - Centro Integrado de Cultura -, aqui em Floripa, após um show maravilhoso que ela proporcionou à platéia catarinense. Esse show aconteceu em 1995.
Em nosso encontro, ela passou-me uma doçura e simplicidade infinitas e conversamos muito sobre música e composição.
Eu conheci o canto de Mercedes Sosa em Porto Alegre, em 1976, quando do lançamento do "LP Geraes", de Milton Nascimento, em que ela canta - com o grande cantor e compositor brasileiro - a música "Volver a los 17", em uma das faixas do disco. Depois passei a admirá-la ainda mais por saber que ela e seu cantar haviam sido exilados do país dos hermanos pela ditadura militar instituída na Argentina, anos antes. Isso a fez sofrer muito, na época.
Por toda a sua trajetória, pra mim, ela foi uma artista e cantora completa, fantástica, e eternizou-se na memória de seus fãs e admiradores através de suas músicas, que cito aqui algumas, dentre as minhas preferidas:
Volver a los 17, Gracias a la vida, Maria Maria, Años, Corazón de estudiante, Duerme negrito etc
Em sua homenagem, após a sua morte, escrevi uma canção que transcrevo abaixo:
Canção para Mercedes Sosa (*)
Quero compartilhar com vocês a tristeza que meu coração está sentindo pela perda da cantora argentina e da América Latina, Mercedes Sosa, no dia 4 de outubro do corrente. Tive a oportunidade de conversar com ela pessoalmente, em Florianópolis, no ano de 1995, e sentir a simplicidade, a pureza, a serenidade e o amor que ela transmitiu-me.
Mercedes Sosa foi uma grande defensora dos "Direitos Humanos" e por isso identifico-me com ela, porque eu também componho em favor da justiça social.
Mas a vida segue e vou continuar cantando o canto em prol dos oprimidos e dos injustiçados, erguendo a bandeira que Mercedes Sosa sempre desfraldou, acreditando no hoje, no que eu puder fazer de melhor por aquele ser humilde que tanto necessita de ajuda.
Deixo, aqui, uma canção para essa cantora popular maravilhosa:
“ESTEJA COM DEUS,
MINHA IRMÃ DE ALMA!
AONDE VOCÊ ESTIVER, FIQUE BEM!
QUE A LUZ DO AMOR DIVINO CONTINUE AQUECENDO SEU ESPÍRITO POR TODA A ETERNIDADE!”
(*) “La Negra”, como era chamada essa cantora que era considerada “a voz da América Latina”, nasceu em San Miguel de Tucumán, Argentina, em 9 de julho de 1935, e faleceu em Buenos Aires, em 4 de outubro de 2009.
(*) Esta canção foi escrita no dia 7 de outubro de 2009.
(*) A Presidenta Maura Soares – que possui o pseudônimo de Maura Poeta – é a Presidenta do “Grupo de Poetas Livres – GPL”, agremiação de poetas e escritores que tem sede na Capital do Estado de Santa Catarina e que possui o seguinte site: www.poetaslivres.com.br
(*) Osvaldo Ferreira de Melo, advogado, professor e compositor de Florianópolis, com músicas que retratam o folclore ilhéu, também participou e contribuiu com o Carnaval da Capital Catarinense.
Santa Catarina perdeu uma de suas figuras mais importantes.
Com vasta pesquisa e trabalhos acerca das origens, folclore e
história de Santa Catarina, o professor Osvaldo Ferreira de Melo morreu na madrugada da última sexta (18) aos 82 anos no Hospital de Caridade, em Florianópolis.
Advogado militante e forense e descendente de uma das mais tradicionais famílias da Capital, o professor teve uma presença marcante no desenvolvimento cultural de Florianópolis. Foi presidente do Instituto Histórico de Santa Catarina, membro da Academia Catarinense de Letras e do Conselho Estadual de Cultura.
É reconhecido também como compositor. Suas músicas retratam o folclore ilhéu, tendo participado e contribuído com o carnaval de Florianópolis por meio de composições nos gêneros samba-enredo, samba, marcha-rancho e marchinhas nos festivais e concursos dos gêneros.
Composições:
“Itaguaçu”
A minha terra tem uma praia / que namora o mar / rodeada de pedras / onde o mar vem se debruçar
“Canção Praieira” (Canto para Coral – Canoa no Mar)
Cada vez que olho e vejo / canoa no mar à vela / me arrazam os olhos d’água / e me alembro da miha terra
“Florianópolis” (Aníbal Nunes Pires e Osvaldo Ferreira de Melo)
Vem vento vem vem do mar / Varre essas nuvens do céu / borda a noite de um azul escuro com estrelas e luar
“Canto de Despedida” (Interpretação de Neide Maria Rosa)
Me dizes que o amor / não dói de guardar / mas sabes dói / fazê-lo calar
Pesquisa sobre Osvaldo Ferreira de Melo foi feita
"In" "Jornal Notícias do Dia" - Publicado em 18/02/2011
por Carol Macário e atualizado em 31/03/2011.