... POR FAVOR, ESPERA...

Me calo e "amuo" de vez em quando...

Me conforta a compreensão de saber-me humana, tão vasta de sentimentos e observações, e a certeza de dias felizes e tranqüilos, logo ali na frente...

Preciso de alguns momentos em grutas ou casulos. E isto pode durar mais que momentos. Não sei quanto tempo demora a digestão do que engulo. Nem do que me engasga...

Pessoas que amo me provocam processos mais lentos. Preciso de calma pra não me confundir nas reações.

Não me contento com qualquer tipo de amor e não sei qual é a medida do amor, mas...

(espera, por favor, não quero me confundir...)

...

...

...

...

Ainda não entendi direito o que estou sentindo...

Sei que dói. Sei que me cala.

Pessoas que amo me atingem em cheio, me desnorteiam, me assustam! Não me preparo pra seus desamores. Não posso.

Olho, vejo, escuto, sinto, mas me demoro pra digerir.

Procuro minha gruta pra pensar ou repensar... Pra analisar em silêncio, longe dos barulhos de nossas rotinas.

Diferencio minha sensatez, sem querer ou achar que devesse, porque temo te perder. E te perder é impossível pra mim.

Escolho as palavras, fico quieta, fecho os olhos, vou pra bem dentro, pra o lugar mais profundo que conheço! Tento me ouvir, mas estou em silêncio - inclusive por dentro.

Você me chama mas...

(espera, por favor, não quero me confundir)

GLAUCIA TASSIS
Enviado por GLAUCIA TASSIS em 23/03/2011
Reeditado em 24/03/2011
Código do texto: T2867004
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