Intensiva missiva
Até quando, nobre coração suportará sua maré de cólera sem despertar seu furor, pode então ter descanso? Ou então empunhar sua espada escolhendo sofrer e opor-se ao mar de insubstâncias, após tudo descansar.
Até quando pode uma alma seguir aflita, diante de tamanho amor?
Espero o tempo e o tempo não me espera, paciência não é sem alma, mas é ciência e mata quem pode alcança-la.
É estrada que silencia diante de infinita luz! É como um acordar no silêncio de cada novo passo... Um êxtase de se ser, de se estar e de se amar...
Se na paz ainda há guerra, sem guerra não procuro em ti toda paz que queria, mas toda guerra em mim não é vencida, mas apedreja a alma desfalecida.
É melodia que me percorre, é tempestade que se faz presente a cada silenciar do beijo teu. Luzes da Lua que me fazem sonhar, e no sonhar, te querer cada vez mais... Fecho os olhos e te vejo dentro do meu ser, como parte de mim, como sonho sem fim...
Canção da graça que permeia em minh'alma, sem tua vida, teu assombroso e terrível milagre em existência, compreende em si toda vontade de meia vida e vida crescente, quer queira de ti ou algo ainda mais amante desta cor obra singela e vingança.
Busco na cor de cada suspiro o beijo que me foi roubado, quero ser novamente o limiar de cada grito que tu escutas e fazer do teu universo, o meu maior leito de calmaria. Já és vida dentro de cada flor que insiste em me mostrar esse amor.
Já não conheço mais a cama em que me deito, se nem em noites mais quentes não consigo deitar-me de vez que preciso, querendo esquecer, ou só lembrar sem doer.
Luas de cada soluçar, és-me hoje tão caro quanto meu viver. Queria poder tocar-te agora e deixar esculpido nos teus olhos o amor que me consome...
Se de tuas extremidades um pouco conheço, se de tuas virtudes espero o mais saber, espero e sei que vejo o vão, o espaço que se criou em sua ausência alimentado de um amor decadente.
Quero selar com imensa alegria meu querer. Sou agora Lua apaixonada, sou flor que brilha ao sol do amanhecer, sou rio que desagua para o oceano, à tua vontade. E num gesto de amor eterno, vou em ti me deitar...
Janelas para o infinito se abrem a cada toque teu, sou como o pássaro que voa livre em busca do céu. Sou aquela que cala os olhos para mostrar o infinito, tingindo de cores mil o berço que serena meu pensar. És assim, intensa e eterna magia dentro de mim. E no pausar do meu fôlego, só posso dizer que te amo...
Se nos teus céus eu posso encontrar, amor mais que aqui não há, se em teu peito conforto maior, um prazer que posso gostar. Tão simples é amar que não duvido de tudo que vi, tudo que senti sem mesmo estar onde queria estar.
Uma flor dança ao vento que te traz como alegria ímpar a me renovar. Sou agora a melodia da canção misturada ao embalo de cada abraço que te dou. Leve-me a brisa ao teu encontro e perpetue esse encontro tão doce que a paz do instante nos presenteou.
Venha por este tecido, em poucas linhas se fazem mais laços em teus pedaços e das tuas canções onde o mais forte alimenta o fraco, nascendo do meu coração assim esta flor de raízes tão profundas que não posso arrancar.
Faça de cada arfar do meu peito uma súplica de amor. Entregue aos céus teus mais belos sorrisos e faça dessa canção nosso hino de amor mais profundo, pois eu te amo, meu amor...
O tempo passa. A noite invade minha janela. E eu aqui, a escrever-te esta carta.
Espero-te...
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