Escrevendo as 4 da manhã...
À você que um dia esteve aqui...
Nada do que vejo faz sentido... Te procurei antes de escrever e não encontrei. A chuva cai ritmada no telhado me trazendo à lembrança as noites que passei com você.
Olho em volta e tudo me entristece, faz com que meus pensamentos sigam por caminhos que me torturam... Dói.
A ausência dói, o descaso dói...
Em meu peito pulsa um coração descompassado pela sede de você... Ele quer se embriagar, coração tolo, e secando quer te fazer entender e sentir o quanto você faz falta.
Ainda que eu insista, ele não se dá conta do jogo perigoso que está querendo disputar, um jogo injusto, do qual todos sabem o placar e que já começou com a vantagem de 2x1 contra mim... E eu nem imaginava...
Virar o jogo é provavelmente impossível, o máximo que se pode tentar é um empate, mas o cronômetro corre implacável, o tempo está contra mim também.
As horas passam lentamente no relógio, mas na alma os ponteiros ainda marcam a hora da despedida.
O último champanhe deixou a sede maior, uma sede quase incontrolável e uma sensação de derrota, de incapacidade, e como disse o Renato "...quando acreditei que tudo era um fato consumado, veio a foice e jogou-te longe, longe do meu lado..."
Você se foi e levou o brilho dos meus olhos, me deixando cinza como um céu nublado, inerte, vazia e sozinha.