Carta ao mito de humanidade
O fato é que, a um tempo em que venho me interpelando sobre questões de cunho humanístico, como por exemplo; quais rumos o mito de humanidade tomará, deste ponto em que nos encontramos aos tempos vindos. Cheguei a um nível de descrença total no futuro que nos brinda com o passar dos anos. Por ver tanta sujeira e atraso mental a nos assolar. A cada dia que passa, destruímos mais o meio em que vivemos para por fim encontrar lucros, ou seja, nós donos do planeta, consagrados assim por uma fatalidade natural; nada mais fazemos além de negociar sua posse com uma credora feroz e impetuosa, a destruição.
Através desse comportamento viral que caracteriza a sociedade condenamos toda uma raça a coexistir com o degredo da existência, tal separatismo é provocado por nossos atos, pois o que perpetramos nesse chão é a exploração de seus recursos e a industrialização de sua riqueza enquanto nos é rentável, pois após a depredação e profundas feriadas abertas, simplesmente se procura outro solo fértil e puro para levá-lo ao duro aniquilamento. Sem ao menos o direito de escolha privamos o planeta do equilíbrio tanto buscado em todo o universo, o transformando em um aparelho de automutilação iniciada como forma de auto-preservação.
Não quero, porém me eximir de culpa ou justificar algo, quero evidenciar que mesmo o mito da humanidade não passando de uma versão melhorada e pensante de vírus, a lenta evolução se faz presente em meio ao caos. Podemos constatar se essa afirmativa é verdadeira através da observação de idéias e ideais de sustentabilidade consciente. As quais se focam na harmonia entre os seres coexistentes e o planeta. Esse tipo de raciocínio ainda é analisando com relutância por parte da elite global, pois se as fontes de energia que exploram e causam cicatrizes abissais em nosso planeta não continuassem em uso o desperdício de dinheiro seria inestimável, impedindo assim qualquer relação de estima entre o ser humano e a terra.
Contudo, os que pensam em sustentabilidade consciente pensam em vida longa, e conseqüentemente representam a continuação evolutiva, a qual se acreditava estar estagnada. O homem que põe suas ambições acima de seu lar, não vende apenas sua alma, todavia vende a vida, a memória e o lar de toda uma raça presente e futura, condenando o seu filho a sentença de morte sem ao menos saber o que é a vida. Esses homens, por outro lado também representam a veracidade da evolução, pois são os últimos exemplares de seres em um nível abaixo dos atuais níveis evolutivos representados pela minoria.
Rio de Janeiro, 12 de março de 2011.